Exame Logo

Negociações afastaram palestinos e israelenses, segundo OLP

Organização para a Libertação da Palestina afirmou que negociações não conseguiram aproximar as posições entre palestinos e israelenses, pelo contrário

Ativista segura bandeira palestina na Cisjordânia: dirigente palestino afirmou que as portas do diálogo permanecem abertas (Mohamad Torokman/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2014 às 09h31.

Ramala - O atual processo negociador não conseguiu aproximar as posições entre palestinos e israelenses, inclusive ampliou dramaticamente as diferenças entre ambos os lados, disse nesta segunda-feira Muhamad Shatayed, membro da direção da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

Em entrevista coletiva concedida na cidade de Ramala, na Cisjordânia, o dirigente palestino afirmou que as portas do diálogo permanecem abertas, mas as conversas não caminham pelo mesmo caminho que antes pois Israel mudou as regras do jogo ao não libertar a última leva de prisioneiros como tinha se comprometido.

"Nossa posição é muito simples: primeiro, libertar os presos e depois seguimos adiante. Há tempo daqui para 29 de abril se Israel for verdadeiramente sério", ressaltou.

"Não é uma questão de duração (das negociações), mas das intenções. É uma questão de vontade. Israel deve libertar os presos e congelar todos os assentamentos", acrescentou.

Stayeh disse que apesar de compreender que a atual coalizão israelense de governo está muito fragmentada, o atual primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, deve demonstrar que existe "um plano série em Israel para pôr fim à ocupação" da Cisjordânia.

"A questão não é só a libertação de prisioneiros ou a extensão das conversas. Ampliaram-se as diferença em temas fundamentais como os refugiados, Jerusalém, as fronteiras e a presença militar israelense" na Cisjordânia ocupada.


Shataye criticou a estratégia de Israel de apresentar como uma ação "unilateral" a decisão da Autoridade Nacional Palestina (ANP) de rubricar a adesão a 15 tratados e organismos internacionais, e advertiu que este passo "se deu de forma consciente sobre as possíveis consequências e é irreversível".

"Se Israel diz que é um passo unilateral, nós dizemos que tudo que Israel faz é unilateral. Já não podemos dizer que as coisas caminham por seu caminho habitual. O caminho habitual se perdeu", lamentou.

Stayeh esclareceu que enquanto Israel procura que a duração do diálogo e a libertação de prisioneiros façam parte de um acordo, os palestinos insistem que a libertação deve anteceder a discussão sobre a eventual ampliação das conversas.

"Pedimos a Israel que liberte aos prisioneiros, mas também que interrompa a construção das colônias em território ocupado e mostre "o mapa de Israel" para falar das fronteiras, que nós situamos em 67", defendeu. .

Shatayed garantiu que os palestinos não temem as cosequências econômicas que a estratégia de reconhecimento internacional por meio da ONU podem provocar.

"Quando há dois anos decidimos comparecer nas Nações Unidas, já estávamos preparados para isso. Não acho que nem Israel nem os Estados Unidos têm interesse que a ANP entre em colapso", afirmou.

O dirigente palestino, um dos assessores mais próximos do presidente da ANP, Mahmoud Abbas, também revelou que o Fatah, principal partido na ANP, irá focar seus esforços em conseguir a reconciliação com o movimento islamita Hamas, que desde 2007 governa Gaza.

Veja também

Ramala - O atual processo negociador não conseguiu aproximar as posições entre palestinos e israelenses, inclusive ampliou dramaticamente as diferenças entre ambos os lados, disse nesta segunda-feira Muhamad Shatayed, membro da direção da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

Em entrevista coletiva concedida na cidade de Ramala, na Cisjordânia, o dirigente palestino afirmou que as portas do diálogo permanecem abertas, mas as conversas não caminham pelo mesmo caminho que antes pois Israel mudou as regras do jogo ao não libertar a última leva de prisioneiros como tinha se comprometido.

"Nossa posição é muito simples: primeiro, libertar os presos e depois seguimos adiante. Há tempo daqui para 29 de abril se Israel for verdadeiramente sério", ressaltou.

"Não é uma questão de duração (das negociações), mas das intenções. É uma questão de vontade. Israel deve libertar os presos e congelar todos os assentamentos", acrescentou.

Stayeh disse que apesar de compreender que a atual coalizão israelense de governo está muito fragmentada, o atual primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, deve demonstrar que existe "um plano série em Israel para pôr fim à ocupação" da Cisjordânia.

"A questão não é só a libertação de prisioneiros ou a extensão das conversas. Ampliaram-se as diferença em temas fundamentais como os refugiados, Jerusalém, as fronteiras e a presença militar israelense" na Cisjordânia ocupada.


Shataye criticou a estratégia de Israel de apresentar como uma ação "unilateral" a decisão da Autoridade Nacional Palestina (ANP) de rubricar a adesão a 15 tratados e organismos internacionais, e advertiu que este passo "se deu de forma consciente sobre as possíveis consequências e é irreversível".

"Se Israel diz que é um passo unilateral, nós dizemos que tudo que Israel faz é unilateral. Já não podemos dizer que as coisas caminham por seu caminho habitual. O caminho habitual se perdeu", lamentou.

Stayeh esclareceu que enquanto Israel procura que a duração do diálogo e a libertação de prisioneiros façam parte de um acordo, os palestinos insistem que a libertação deve anteceder a discussão sobre a eventual ampliação das conversas.

"Pedimos a Israel que liberte aos prisioneiros, mas também que interrompa a construção das colônias em território ocupado e mostre "o mapa de Israel" para falar das fronteiras, que nós situamos em 67", defendeu. .

Shatayed garantiu que os palestinos não temem as cosequências econômicas que a estratégia de reconhecimento internacional por meio da ONU podem provocar.

"Quando há dois anos decidimos comparecer nas Nações Unidas, já estávamos preparados para isso. Não acho que nem Israel nem os Estados Unidos têm interesse que a ANP entre em colapso", afirmou.

O dirigente palestino, um dos assessores mais próximos do presidente da ANP, Mahmoud Abbas, também revelou que o Fatah, principal partido na ANP, irá focar seus esforços em conseguir a reconciliação com o movimento islamita Hamas, que desde 2007 governa Gaza.

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseIsraelPalestina

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame