Trabalhadores iranianos em frente à usina nuclear de Bushehr: seis grandes potências negociam com o Irã para garantir que o programa nuclear do país não seja desviado para fins militares (Mehr News Agency/Majid Asgaripour/Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2015 às 11h01.
Teerã - As negociações entre Irã e os países do Grupo 5+1 (EUA, França, Rússia, Reino Unido, China e Alemanha) continuarão "por mais vários dias" até que "seja firmado um bom acordo", disse à imprensa iraniana nesta terça-feira um dos delegados do país nas conversas.
Várias agências de notícias iranianas, entre elas a oficial "Irna", dizem que esta prorrogação das conversas, cujo prazo expira hoje, não deve durar por muito tempo.
Além disso, os veículos de imprensa afirmam que por enquanto o progresso é "muito pequeno" e que os pontos mais complicados e os detalhes "determinantes" serão abordados hoje nas reuniões de alto nível entre os ministros que participam do encontro.
Este anúncio iraniano condiz com as previsões que há dias eram feitas sobre a negociação nuclear, em que todos os envolvidos ressaltavam a possibilidade de alongar uns dias o prazo para chegar a um acordo.
O ministro iraniano de Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, viajou nesta manhã a Viena, sede das negociações, após uma breve estadia em Teerã para saber como continuar a negociação.
Zarif chegou acompanhado pelo chefe da Organização da Energia Atômica Iraniana, Ali Salehi, e o conselheiro presidencial Hossein Fereydoun, irmão do presidente do Irã, Hassan Rohani.
Logo após chegar, se reuniu por duas horas com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry. O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, também juntou às negociações nesta terça-feira.
As seis grandes potências negociam com o Irã para tentar garantir que o programa nuclear do país não seja desviado para fins militares.
Nos últimos dias a imprensa internacional teve acesso a comentários sobre uma aproximação nos dois principais temas que seguiam impedindo um acordo.
O Irã estaria disposto a ceder e aceitar que as sanções que pesam sobre sua economia sejam suspensas progressivamente conforme se verifique o cumprimento do acordo, e não de forma imediata como exigia.
Por outro lado, os EUA aceitariam agora que o regime de inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) às instalações nucleares iranianas não inclua automaticamente bases militares, algo que as grandes potências insistiam e que Teerã recusava ao citar questões de segurança nacional como justificativa.