Mundo

Não há provas de que Trump tenha obstruído justiça, diz procurador-geral

Trump e sua equipe são investigados pelo procurador especial Robert Mueller por uma suposta atuação com a Rússia durante a campanha presidencial de 2016

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,  (Tom Brenner/Getty Images)

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, (Tom Brenner/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 18 de abril de 2019 às 11h21.

Última atualização em 18 de abril de 2019 às 13h49.

Washington — O procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, disse em entrevista coletiva nesta quinta-feira que não há "provas suficientes" de que o presidente Donald Trump tenha obstruído a Justiça no contexto da investigação sobre a trama russa e insistiu que "não houve conspiração" do líder com a Rússia.

Barr se pronunciou assim antes da publicação da versão censurada pelo Departamento de Justiça do relatório do procurador-especial Robert Mueller sobre as investigações sobre a suposta interferência russa nas eleições presidenciais americanas de 2016.

"O vice-procurador (Rod Rosenstein) e eu determinamos que as provas apresentadas pelo procurador especial não são suficientes para estabelecer que o presidente cometeu um crime de obstrução de Justiça", afirmou Barr.

No relatório confidencial que entregou ao Departamento de Justiça no final de março, Mueller "recopila dez episódios nos quais o presidente está envolvido e discute possíveis teorias legais para conectar estas ações a elementos de um crime de obstrução", explicou o procurador-geral.

No entanto, Barr e Rosenstein não estiveram "de acordo com algumas das teorias do procurador especial", e determinaram que Trump não interferiu na investigação.

"O presidente não deu nenhum passo que efetivamente privou o procurador especial dos documentos e testemunhas necessários para completar sua investigação", ressaltou.

A decisão de Mueller de não chegar a uma conclusão sobre se Trump obstruiu a Justiça gerou polêmica nos EUA, porque, por outro lado, o procurador especial deixou essa determinação nas mãos de Barr, nomeado pelo presidente há alguns meses exatamente devido à sua interpretação favorável à Casa Branca desse possível crime.

Barr já concluiu, na carta de quatro páginas que publicou no final de março sobre o relatório de Mueller, que Trump não tinha obstruído a Justiça.

A versão com supressões do relatório que será divulgada hoje tem cerca de 400 páginas e "poucos trechos" foram "censurados" com objetivo não interferir no trabalho da comunidade de inteligência ou na integridade de casos judiciais que ainda estão ativos, prometeu o procurador-geral.

Barr reconheceu que "nesta semana, os advogados pessoais do presidente solicitaram, e lhes foi concedida, a oportunidade de ler uma versão final do relatório censurado antes que fosse publicado".

No entanto, afirmou que Trump não exerceu seu direito de invocar o "privilégio executivo" para censurar algumas partes do relatório, e que ninguém de fora do Departamento de Justiça editou o documento.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEleições americanasEstados Unidos (EUA)

Mais de Mundo

Membro de movimento neonazista é preso por planejar ataques durante os Jogos Olímpicos de Paris

Governo Trabalhista do Reino Unido apresenta novo pacote de leis

Campanha republicana defende posse de armas após tentativa de assassinato de Trump

Primeira pesquisa após atentado mostra Biden e Trump tecnicamente empatados

Mais na Exame