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Na TV, Obama cita polêmica do estupro e "abismo fiscal"

"Não sei exatamente como esses caras chegam a essas ideias. Vou fazer uma proposição muito simples: estupro é estupro. É um crime", disse o presidente

Barack Obama em campanha na cidade de Los Angeles, Nevada (Kevin Lamarque/Reuters)

Barack Obama em campanha na cidade de Los Angeles, Nevada (Kevin Lamarque/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de outubro de 2012 às 09h36.

Burbank/Washington - O presidente dos EUA, Barack Obama, deixou a leveza de lado durante entrevista ao apresentador Jay Leno, na noite de quarta-feira, ao comentar a polêmica declaração de um político republicano sobre estupro, e para manifestar a esperança de em breve resolver o "abismo fiscal" que ameaça o país.

"Não sei exatamente como esses caras chegam a essas ideias. Vou fazer uma proposição muito simples: estupro é estupro. É um crime", disse Obama no programa "The Tonight Show", da rede NBC. "É exatamente por isso que a gente não quer um bando de políticos, principalmente homens, tomando decisões sobre a saúde das mulheres." Num debate na terça-feira, o candidato republicano ao Senado por Indiana, Richard Mourdock, disse, explicando sua posição contra o aborto, que a gravidez causada por estupro é "algo que Deus pretendia que acontecesse". A frase teve grande repercussão nos EUA, e os democratas rapidamente tentaram associá-la ao candidato presidencial republicano, Mitt Romney.

A campanha de Romney disse que o candidato discorda das posições de Moudock, assim como meses atrás ele já havia se distanciado de outro político republicano, Todd Akin, que falou em "estupro legítimo".

Numa entrevista cheia de piadas sobre casamento, Halloween e outros assuntos, o presidente democrata fez alguns comentários sérios, principalmente acerca do principal tema da campanha: a economia.

Questionado sobre o chamado abismo fiscal --uma combinação de cortes automáticos nos gastos públicos e de aumentos tributários, previstos para o começo de 2013--, Obama disse estar confiante em uma solução ainda neste ano.

"Resolver isso não é tão difícil. Exige algumas escolhas difíceis", disse Obama, acrescentando que alguns programas precisarão de fato ser cortados, e que as alíquotas tributárias deveriam subir para pessoas que ganham pelo menos 250 mil dólares por ano.


"Espero que consigamos fazer isso até o final do ano. Exige só algum compromisso, o que não deveria ser palavrão." Num momento mais descontraído, ele ironizou o magnata imobiliário e apresentador de TV Donald Trump, que recentemente divulgou um vídeo desafiando Obama a divulgar documentos sobre sua formação educacional.

Trump questiona repetidamente se Obama, nativo do Havaí, realmente nasceu nos EUA, e Obama zombou das teorias de Trump sobre as origens do presidente.

"Isso tudo data de quando fomos criados juntos no Quênia", brincou Obama, que é filho de um queniano. "Tínhamos, sabe, constantes atritos no campo de futebol. Ele não era muito bom, e se ressentia disso."

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