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Na China, Dilma critica excesso de liquidez mundial

O Brasil está entre os que enfrentam hoje forte apreciação cambial, o que reduz sua competitividade internacional

Declaração da presidente foi feita na China, durante Fórum Boao, na China (Presidência da República)

Declaração da presidente foi feita na China, durante Fórum Boao, na China (Presidência da República)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2011 às 10h24.

São Paulo - Em um de seus primeiros pronunciamentos a uma plateia internacional, a presidente Dilma Rousseff criticou ontem, durante o Fórum Boao, na China, que reúne empresários e representantes de governos da Ásia, o aumento da liquidez mundial em razão das políticas monetárias dos países desenvolvidos. Dilma destacou os efeitos sobre a inflação e a moeda de várias economias, sobretudo entre os países exportadores de commodities. O Brasil está entre os que enfrentam hoje forte apreciação cambial, o que reduz sua competitividade internacional.

A presidente ressaltou a assimetria na velocidade de recuperação de países avançados e em desenvolvimento e disse que o lento crescimento nos países ricos dificulta a redução do déficit fiscal e da dívida pública nesses países. Inflação e desequilíbrio fiscal devem ser combatidos com políticas “restritivas”, já que esses elementos podem ameaçar a recuperação da economia mundial, declarou Dilma. “Gostaria de enfatizar que nós somos favoráveis ao controle da inflação e à estabilidade fiscal.”

No momento em que a China tenta aumentar sua demanda doméstica, Dilma afirmou que o aumento da renda permitiu a criação de um mercado consumidor de massa no Brasil, que foi capaz de sustentar o crescimento da economia. “A democratização do crédito, a elevação da renda do trabalho, as transferências de renda, a universalização dos serviços e o investimento em infraestrutura retiraram 36 milhões da pobreza em um país de 190 milhões e expandiu a classe média brasileira”, ressaltou.

A presidente falou também das oportunidades de investimentos geradas pela Copa de 2014, a Olimpíada de 2016 e a descoberta dos campos do pré-sal - que, segundo ela, vão gerar demandas que representam mais de 25% do total mundial de investimentos na cadeia de gás e petróleo em alto mar. O presidente da China, Hu Jintao, ressaltou que o processo de internacionalização das empresas chinesas vai se intensificar e que elas buscam ampliar investimentos na Ásia e em outros mercados.

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