Nova York - Um museu que relembra os ataques de 11 de Setembro de 2001 será aberto nesta semana para familiares das vítimas e na semana que vem para o público, exibindo desde artefatos das colunas retorcidas, que lembram a enormidade do dia fatídico, até óculos estilhaçados, que lembram dores pessoais.
Para ver as peças em exibição, os visitantes do Museu Memorial Nacional do 11 de Setembro, no centro de Manhattan, descem vários andares abaixo do nível da rua e são recebidos por uma parede de contenção do Rio Hudson que sobreviveu aos ataques e uma coluna rabiscada com números de policiais e bombeiros que não tiveram a mesma sorte.
O museu é a conclusão de oito anos de trabalho planejando as exposições, coletando artefatos e resolvendo inúmeras desavenças sobre como documentar melhor o dia no qual aviões sequestrados atingiram as torres gêmeas do World Trade Center, o Pentágono e um campo aberto próximo de Shanksville, na Pensilvânia, matando quase 3.000 pessoas.
Desentendimentos a respeito da supervisão e do financiamento atrasaram a construção, mesmo com a reconstrução do novo e maior World Trade Center em andamento.
Em outubro de 2012, os níveis inferiores do museu foram inundados pela tempestade Sandy.
“O museu é um lugar onde você pode vir para entender o 11 de Setembro através das vidas daqueles que foram mortos e daqueles que correram até aqui para ajudar”, disse o ex-prefeito Michael Bloomberg ao apresentar o museu à imprensa nesta quarta-feira.
Entre as peças mais comoventes está um caminhão dos bombeiros terrivelmente danificado pelo desmoronamento das torres gêmeas, disse ele.
“Tudo que eu pude pensar foi ‘Pergunto-me o que aconteceu com os bombeiros que estavam de plantão naquele, dia naquele caminhão, e se sobreviveram, e se não, quais foram seus últimos pensamentos’”, declarou.
O museu pretende transmitir os eventos e emoções do 11 de Setembro usando áudios, como as mensagens de telefone deixadas aos seus familiares por aqueles que morreriam nas torres e gravações das cabines dos aviões.
Cerca de 35.000 pessoas intimamente envolvidas na criação do museu, incluindo parentes das vítimas, farão uma primeira visita na próxima semana. As portas serão abertas ao público no dia 21 de maio.
“É incrível, e vai acabar afetando pessoas diferentes de maneiras diferentes, dependendo das suas experiências”, disse Joel Shapiro, cuja mulher, Sareve Dukat, morreu na Torre Sul.
Shapiro planeja ser um docente no museu, que buscou a contribuição de curadores, educadores, arquitetos, conservacionistas, familiares, sobreviventes, socorristas, moradores da região, empresários e outros.
Uma polêmica recente envolveu a transferência dos restos mortais não identificados para o museu. Alguns familiares disseram ser errado conservá-los no que é essencialmente um ponto turístico.
“Parte do drama atual do local é que você tem 3.000 famílias e elas não concordam umas com as outras”, disse Richard Hankin, diretor do documentário "16 Acres", que acompanhou o contencioso processo de reconstrução.
Mais da metade dos 700 milhões de dólares necessários para construir o museu memorial foram obtidos de fontes particulares, e cerca de 250 milhões de dólares de um fundo federal para desastres.
São Paulo – Há 11 anos, quatro aviões foram sequestrados nos
Estados Unidos . Destes, dois foram jogados sobre o World Trade Center, um sobre o Pentágono e o outro caiu na Pensilvânia. Desde então, o cinema tentou explicar o que aconteceu e mostrar como a tragédia marcou a vida dos americanos. Há desde documentários que filmam o momento dos ataques de dentro de um dos prédios até filmes que abordam a presença das torres gêmeas no imaginário das pessoas – e a leveza do equilibrista que atravessou o vão entre elas em 1974. Clique nas fotos ao lado e veja 11 filmes que abordam o 11 de setembro
2. 11’09”01 2 /13(©AFP/Getty Images / Craig Allen)
O filme compila 11 histórias filmadas por 11 cineastas diferentes com um tema comum: o 11 de setembro. Há grande diversidade de abordagens, desde narrativas que usam humor para falar do Bin Laden até as que mostram o sofrimento das vítimas e de seus parentes. A história escrita por Sean Penn, por exemplo, aborda o tema através do impacto da queda das torres na vida de um senhor cuja janela está na sombra do World Trade Center. O diretor Ken Loach, por sua vez, lembrou do 11 de setembro do Chile, data do golpe militar contra o governo de Allende naquele país.
3. Extremely Loud %26 Incredibly Close (Tão forte e tão perto) 3 /13(Getty Images)
O filme tem como pano de fundo os ataques terroristas do 11 de setembro. Um garoto nova iorquino, após perder seu pai no atentado, anda pela cidade para encontrar uma fechadura para uma chave deixada por seu pai. O uso da tragédia na história não foi bem visto por alguns espectadores, para quem o filme se aproveitou do ocorrido. O filme do diretor Stephen Daldry é baseado no livro de mesmo nome do escritor Jonathan Safran Foer.
4. "Fahrenheit 09/11" 4 /13
Michael Moore também quis contar sua versão dos fatos para o 11 de setembro. Nesse documentário, Moore analisa as ações do governo Bush após a tragédia. Moore defende que a administração Bush evitou estabelecer ligações entre os sauditas e os ataques. O documentarista também explora o custo humano da guerra no Iraque, como as mortes de soldados.
5. United 93 (Voo United 93) 5 /13(Getty Images)
O filme do diretor Paul Greengrass tem como base um fato real, o sequestro do voo United 93 por terroristas em 11 de setembro de 2001 e sua queda na Pensilvânia. A parte fictícia mostra como os passageiros teriam se unido contra os terroristas para evitar um novo ataque. Após a queda do avião, a comissão de investigação do caso reconheceu que eles fizeram um plano para enfrentar os terroristas que tinham sequestrado o avião e impedir um novo ataque terrorista. Apesar da investigação, há pessoas que acreditam que o voo foi derrubado por um avião militar americano.
6. Inside 9/11 6 /13(Spencer Platt/Getty Images)
O documentário Inside 9/11, feito pela National Geographic para a televisão, mostra desde a origem da Al Qaeda até os ataques, indicando os sinais de violência iminente. O documentário acompanha detalhadamente o cenário dos ataques, explicando como os terroristas compraram as passagens e passaram pela segurança do aeroporto, mostrando o relato de sobreviventes e parentes de vítimas e também o momento em que o então presidente George W. Bush foi informado sobre os atentados.
7. 9/11 7 /13(Getty Images)
No momento dos ataques às torres gêmeas, os cineastas franceses Jules Clément Naudet e Thomas Gédéon Naudet estavam acompanhando uma equipe de bombeiros perto da área da tragédia. Esse era o tema inicial de seu documentário. Como os cineastas estavam com os bombeiros, o documentário mostra os primeiros momentos após os ataques – de dentro do saguão de uma das torres.
8. The Hurt Locker (Guerra ao Terror) 8 /13(Kevin Winter/Getty Images)
O filme mostra um grupo de elite do exército em ação em Bagdá. A história é baseada em fatos relatados pelo jornalista Mark Boal, que conviveu com um esquadrão anti-bombas no Iraque. O filme se passa em 2001, após o 11 de Setembro no cenário de guerra ao terror que apareceu após os ataques. Kathryn Bigelow ganhou o Oscar pela direção do filme.
9. World Trade Center (As Torres Gêmeas) 9 /13(Getty Images)
No 11 de setembro do diretor Oliver Stone, os holofotes estão sobre aqueles que ajudaram a salvar a vida de seus compatriotas. No filme, dois policiais ficam presos embaixo dos escombros dos prédios e seus colegas tentam resgata-los.
10. Reign over me (Reine sobre mim) 10 /13(Michael Foran / Wikimedia Commons)
No filme “Reine sobre mim”, de Mike Binder, o 11 de setembro também é o pano de fundo da história. Na trama, um homem perde sua família nos ataques e busca a amizade de seu colega de dormitório da faculdade para superar o ocorrido.
11. People (Histórias de Nova York) 11 /13(Spencer Platt/Getty Images)
O filme do diretor Danny Leiner também foca na tentativa de recomeço de um grupo de nova iorquinos um ano após o 11 de Setembro.
12. Man on Wire (O Equilibrista) 12 /13(Getty Images)
O filme “O Equilibrista” não fala dos atentados às torres gêmeas ou ao Pentágono e tampouco do sequestro dos aviões, mas é constantemente relacionado à tragédia pela visão poética que traz do World Trade Center através da empreitada do equilibrista francês Phillipe Petit que, em 1974, se aventurou em um cabo de aço esticado entre as duas torres, nos andares mais altos dos edifícios. O filme venceu o Oscar de 2009 na categoria documentário.
13. Veja agora a homenagem às vítimas realizada nessa madrugada 13 /13(John Moore/Getty Images)