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"Mundo livre" deveria agir de "forma preventiva" à ameaça nuclear da Rússia, diz Zelensky

Presidente ucraniano se apresentou nesta terça, 27, na universidade de Harvard, nos EUA; vice-presidente de Conselho de Segurança russo diz que demagogos ocidentais não querem morrer em apocalipse nuclear

Zelensky: prevenção a ataques nucleares da Rússia (Samir Hussein/Getty Images)
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Carla Aranha

Publicado em 27 de setembro de 2022 às 14h49.

Em apresentação online na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky , convocou o “mundo livre” a “agir de forma preventiva” em relação à Rússia para impedir novas ameaças de ataques nucleares. “Um assassino normalmente é preso para prevenir novas mortes, já que ninguém quer ver outros assassinatos. Esse princípio de prevenção deveria funcionar em relações internacionais e temas políticos”, afirmou Zelensky nesta terça, dia 27.

Zelensky condenou o que chamou de “déficit de prevenção” no mundo. “Estamos atuando de forma reativa, quando deveríamos tomar as rédeas da situação. A Rússia ameaça realizar ataques nucleares que colocariam centenas de milhões de pessoas”, disse.

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O líder ucraniano fez menção ainda ao referendo para a anexação de territórios ocupados por tropas russas. A votação, que começou na última sexta, dia 23, e termina nesta terça, dia 27. A Rússia divulgou nesta terça o resultado parcial das urnas, afirmando que 97% dos votantes optaram pela anexação – o referendo foi realizado em quatro regiões da Ucrânia, Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson. A Rússia deverá anunciar nesta terça a anexação dos territórios ocupados, segundo Zelensky, enquanto permanece a ameaça de uma guerra nuclear.

“O objetivo deveria ser atacar antes, como prevenção. Com isso, o mundo livre ficará mais livre e melhor. A questão é quando isso vai acontecer? Toda vez que pudermos agir primeiro”, disse.

A Europa e Estados Unidos afirmaram que não pretendem reconhecer a anexação dos territórios ocupados. Vladimir Putin deve anunciar a incorporação das regiões ocupadas pela Rússia durante uma sessão do Parlamento programada para esta sexta, dia 30. A aprovação do Congresso russo deve acontecer no próximo dia 4.

Nesta terça, Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, se pronunciou sobre possíveis novas manobras da Otan, que apoia a Ucrânia. O aliado de Putin disse que a aliança militar ocidental não entraria em guerra com a Rússia – com a anexação de partes da Ucrânia, qualquer agressão a esses locais poderá ser considerada uma tentativa de ataque à federação russa.

“Acredito que a Otan não interferiria diretamente no conflito em um cenário como esse”, disse Medvedev. “Os demagogos do outro lado do oceano e na Europa não vão querer morrer em um apocalipse nuclear”. Medvedev também reafirmou que a Rússia deverá defender os novos territórios com todos os meios possíveis, incluindo o uso de "armas estratégicas".

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