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Mulheres sírias querem participar de negociações de paz

Grupo defende que as mulheres deveriam fazer parte de pelo menos 30% de todas as equipes de negociação na Genebra 2


	Edifícios danificados em uma rua deserta em uma área sitiada em Homs: negociações de paz devem começar na próxima semana, e buscam um fim para o conflito de três anos
 (Thaer Al Khalidiya/Reuters)

Edifícios danificados em uma rua deserta em uma área sitiada em Homs: negociações de paz devem começar na próxima semana, e buscam um fim para o conflito de três anos (Thaer Al Khalidiya/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2014 às 16h12.

Genebra - Grupos de mulheres sírias disseram nesta segunda-feira que querem que o mediador internacional Lakhdar Brahimi permita que tenham um papel nas negociações de paz que devem começar na próxima semana.

Elas disseram que as mulheres deveriam fazer parte de pelo menos 30 por cento de todas as equipes de negociação na conferência Genebra 2, que discutirá meios para acabar com a guerra da Síria a partir de 22 de janeiro, na Suíça.

Suas reivindicações incluem garantir que qualquer eventual Constituição deve garantir igualdade de cidadania ao povo sírio "em toda a sua diversidade e filiações" e garantir a igualdade de homens e mulheres, penalizando todas as formas de discriminação e violência contra as mulheres.

Quatro representantes do grupo de mulheres sírias vão se reunir na terça-feira com Brahimi para discutir sobre como colocar em prática as exigências, sendo que já fizeram uma consulta com ele, disse a diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka.

"Sua mensagem foi de que, se estas demandas são das mulheres sírias e são coerentes e concordam, ele irá levá-las adiante", disse a diretora-executiva à Reuters.

As quatro mulheres foram escolhidas entre outras 47 mulheres que elaboraram as demandas em uma reunião de três dias em Genebra, um grupo que incluía representantes das mulheres sírias dentro e fora do país.

"Acho que podemos dizer que representamos a maioria, dentro e fora do país", disse Sabah Alhallak, uma das quatro.

Ela disse que grupos de mulheres têm trabalhado nos princípios de uma nova Constituição desde 2011, tendo em vista os problemas surgidos em outras revoluções da "Primavera Árabe".

"As mulheres estavam olhando para o que aconteceu na Tunísia, no Egito e na Líbia, e houve um monte de lições para nos preparar e ver o que estava vindo em nossa direção." Rafif Jouejati, uma das quatro representantes e porta-voz dos comitês de coordenação local da Síria, disse que se Genebra 2 fracassar, grupos de mulheres vão fazer pressão pela paz em Genebra 3, 4 ou 5.

"Somos advogadas, engenheiras e professoras, somos donas de casa e enfermeiras e outras profissionais da área médica, que são 50 por cento da sociedade", disse ela.

"Se Genebra 2 não funcionar, vamos empurrar os homens que estão fazendo guerra para fazer a paz." (Reportagem de Tom Miles)

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