Mundo

Mulher ainda é minoria na política, diz socióloga

Apesar de constituírem a maioria do eleitorado brasileiro, mulheres ainda têm pouco acesso aos cargos públicos, segundo a socióloga Giane Boselli

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 15h17.

O Brasil é um dos países com a menor participação de mulheres em cargos políticos, segundo a socióloga Giane Boselli, do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea). Para Giane, as candidatas enfrentam condições financeiras mais difíceis que os homens, quando decidem concorrer a cargos públicos, o que compromete o desempenho nas urnas.

As eleições municipais deste ano são um exemplo da desigualdade entre homens e mulheres. Das 44 cidades brasileiras que realizarão o segundo turno no próximo domingo (31/10), apenas sete terão a participação de mulheres (veja tabela abaixo). No primeiro turno, 11 capitais já definiram seus próximos prefeitos. Entre eles, apenas uma mulher conseguiu se eleger: a prefeita de Boa Vista (RR), Teresa Jucá, candidata à reeleição pelo PPS.

Segundo Giane, do Cfemea, os partidos políticos também estão desrespeitando a lei eleitoral, que determina um número mínimo de vagas para as mulheres a cada pleito. A socióloga defendeu também o financiamento público das campanhas, como forma de reduzir as desvantagens entre homens e mulheres nas eleições.

Preconceito

A pequena participação feminina na política também é causada pelo preconceito. Segundo a socióloga, as próprias eleitoras resistem a votar nas mulheres. A resistência feminina explica, em parte, um paradoxo. Apesar de serem minoria nos cargos públicos, as mulheres hoje representam a maior parte do eleitorado brasileiro.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em julho deste ano (últimos dados disponíveis), as mulheres somavam 62,164 milhões de eleitoras, contra 59,033 milhões de eleitores homens. O eleitorado feminino supera o masculino em todas as faixas etárias, entre os 21 e 79 anos. Como a expectativa de vida do homem é menor que a da mulher, a diferença se aprofunda nas idades mais avançadas. Entre 21 e 24 anos, há 6,935 milhões de eleitoras para 6,899 milhões de homens. Na faixa entre 70 e 79 anos, o placar é de 2,746 milhões de mulheres, contra 2,414 milhões de homens.

Último dia

Termina nesta sexta-feira (29/10) a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão. Hoje também é o último dia para que as emissoras promovam debates entre os candidatos. No próximo domingo, os eleitores que estiverem fora de seu domicílio eleitoral deverão justificar seu voto.

O formulário para a justificativa é gratuito e já está disponível nos cartórios e postos eleitorais (clique aqui e imprima o formulário agora). Também é possível obtê-lo nos sites dos Tribunais Regionais Eleitorais (acesse o site do TRE-SP).

Com informações da Agência Brasil e do Tribunal Superior Eleitoral.

Mulheres disputam em sete cidades
Município
Candidatos
1º Turno*
Belém (PA) Duciomar Costa (PTB) 48,93%
Ana Júlia Vasconcelos (PT) 32,74%
Caxias do Sul (RS) Marisa Dalla Vecchia (PT) 41,40%
José Sartori (PMDB) 35,73%
Contagem (MG) Ademir Lucas (PSDB) 42,09%
Marília Campos (PT) 39,95%
Fortaleza (CE) Moroni Torgan (PFL) 26,60%
Luizianne Lins (PT) 22,30%
Santos (SP) Telma de Souza (PT) 38,47%
João Paulo Papa (PMDB) 28,54%
São Paulo (SP) José Serra (PSDB) 43,56%
Marta Suplicy (PT) 35,82%
Teresina (PI) Sílvio Mendes (PSDB) 48,89%
Adalgisa Souza (PMDB) 25,70%
*Voto válidos no 1º turno
Fonte: TSE
Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Mundo

Eleições na Venezuela: campanha começa em meio a crise gerada pelo furacão Beryl

Ausência de Milei na reunião do Mercosul ’é lamentável', diz secretária do Itamaraty

Eleições dos EUA: Kamala Harris dispara e ultrapassa Biden no mercado de apostas

Biden se reúne com governadores democratas em meio a sinais de que avalia desistir de reeleição

Mais na Exame