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Mujica defenderá legalização da maconha perante a ONU

Presidente uruguaio defenderá projeto de legalização da maconha perante a Assembleia Geral da ONU, em setembro

O presidente uruguaio, José Mujica, fala à imprensa em seu gabinete, em Montevidéu: ele afirmou que a luta contra o narcotráfico através da repressão "fracassou" e que alternativas são necessárias (Miguel Rojo/AFP)
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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2014 às 08h44.

Montevidéu - O presidente do Uruguai , José Mujica, defenderá em setembro, perante a Assembleia Geral da ONU, seu projeto de legalizar maconha, que há dois dias obteve meia sanção no Parlamento, segundo o secretário da Presidência, Diego Cánepa.

O secretário, em declarações exclusivas ao jornal "La Republica" publicadas nesta sexta-feira, disse que o líder tem a intenção de explicar "pessoalmente" o projeto nesta reunião em Nova York, um extremo que fontes da presidência consultadas pela Agência Efe não confirmaram.

As fontes da Efe afirmaram que Mujica analisa viajar aos EUA em setembro ou outubro, especialmente com a ideia de se reunir com o presidente Barack Obama, embora há um tempo especula-se também a possibilidade de comparecer na Assembleia Geral da ONU.

Desde que chegou ao poder em março de 2010, o chefe de Estado uruguaio delegou essa função no vice-presidente Danilo Astori ou no ministro das Relações Exteriores Luis Almagro.

Mujica, um ex-guerrilheiro de 78 anos que passou quase 14 deles preso, a maioria durante a ditadura (1973-1985), afirmou em várias oportunidades que a luta contra o narcotráfico através da repressão "fracassou" e que precisa de "alternativas" para acabar com o "pior flagelo" da América Latina, segundo suas palavras.


Após a aprovação na quarta-feira na Câmara dos Deputados do Uruguai de um projeto de lei que despenaliza a produção e comércio de maconha, o órgão da ONU encarregado de vigiar o cumprimento dos tratados internacionais sobre drogas mostrou na quinta-feira sua "preocupação" por essa medida, pendente de ratificação no Senado uruguaio.

A Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife) disse em comunicado que se a lei for aprovada definitivamente, estaria em "completa contravenção" com as disposições dos tratados internacionais sobre drogas, dos quais o Uruguai é parte.

Mujica afirmou em maio, durante uma entrevista à Agência Efe, que se opõe ao consumo de maconha, mas que prefere legalizá-lo para que não cresça "nas sombras" e cause mais dano à população.

"Nunca fumei maconha porque sou de outra época e não defendo nenhuma dependência", afirmou primeiro.

Depois, Mujica esclareceu que a maconha é "uma praga", mas o narcotráfico é "muito pior", por isso esboçou esse projeto com o objetivo de tomar o controle sobre a circulação dessa droga.

O plano de Mujica autoriza ao Estado para assumir "o controle e a regulação de atividades de importação, exportação, plantação, cultivo, colheita, produção, aquisição, armazenamento, comercialização e distribuição de cannabis e seus derivados".

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Montevidéu - O presidente do Uruguai , José Mujica, defenderá em setembro, perante a Assembleia Geral da ONU, seu projeto de legalizar maconha, que há dois dias obteve meia sanção no Parlamento, segundo o secretário da Presidência, Diego Cánepa.

O secretário, em declarações exclusivas ao jornal "La Republica" publicadas nesta sexta-feira, disse que o líder tem a intenção de explicar "pessoalmente" o projeto nesta reunião em Nova York, um extremo que fontes da presidência consultadas pela Agência Efe não confirmaram.

As fontes da Efe afirmaram que Mujica analisa viajar aos EUA em setembro ou outubro, especialmente com a ideia de se reunir com o presidente Barack Obama, embora há um tempo especula-se também a possibilidade de comparecer na Assembleia Geral da ONU.

Desde que chegou ao poder em março de 2010, o chefe de Estado uruguaio delegou essa função no vice-presidente Danilo Astori ou no ministro das Relações Exteriores Luis Almagro.

Mujica, um ex-guerrilheiro de 78 anos que passou quase 14 deles preso, a maioria durante a ditadura (1973-1985), afirmou em várias oportunidades que a luta contra o narcotráfico através da repressão "fracassou" e que precisa de "alternativas" para acabar com o "pior flagelo" da América Latina, segundo suas palavras.


Após a aprovação na quarta-feira na Câmara dos Deputados do Uruguai de um projeto de lei que despenaliza a produção e comércio de maconha, o órgão da ONU encarregado de vigiar o cumprimento dos tratados internacionais sobre drogas mostrou na quinta-feira sua "preocupação" por essa medida, pendente de ratificação no Senado uruguaio.

A Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife) disse em comunicado que se a lei for aprovada definitivamente, estaria em "completa contravenção" com as disposições dos tratados internacionais sobre drogas, dos quais o Uruguai é parte.

Mujica afirmou em maio, durante uma entrevista à Agência Efe, que se opõe ao consumo de maconha, mas que prefere legalizá-lo para que não cresça "nas sombras" e cause mais dano à população.

"Nunca fumei maconha porque sou de outra época e não defendo nenhuma dependência", afirmou primeiro.

Depois, Mujica esclareceu que a maconha é "uma praga", mas o narcotráfico é "muito pior", por isso esboçou esse projeto com o objetivo de tomar o controle sobre a circulação dessa droga.

O plano de Mujica autoriza ao Estado para assumir "o controle e a regulação de atividades de importação, exportação, plantação, cultivo, colheita, produção, aquisição, armazenamento, comercialização e distribuição de cannabis e seus derivados".

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