Novo governo diz que mudanças bruscas no BC estão fora de cogitação
Dilma Rousseff deve se encontrar com Henrique Meirelles esta semana para discutir permanência dele no Banco Central
Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2010 às 15h37.
Brasília – Preocupada em não dar margem a especulações sobre a política a ser implementada no Banco Central (BC) pelo próximo governo, a assessoria da equipe de transição disse hoje (22) que não fazem parte dos planos da presidenta eleita, Dilma Rousseff, mudanças bruscas na forma de conduzir a autoridade monetária.
A equipe também afirmou que Dilma não vem encontrando dificuldades na definição dos nomes a ocuparem os cargos do primeiro escalão do governo. Os assessores disseram que a presidenta tem estado tranquila e conduzido o processo de escolha dos nomes de seu governo dentro da normalidade.
Eles também informaram que a relação dela com o vice-presidente, Michel Temer, “tem sido ótima” e que a tendência é que os dois se aproximem cada vez mais. “Estão criando um vínculo positivo”.
Na semana passada, quando estava em Frankfurt, na Alemanha, numa viagem a trabalho, o presidente do BC, Henrique Meirelles, disse que recebera uma mensagem da equipe de transição para uma conversa com Dilma. O encontro, disse Meirelles então, se daria nesta semana. Eles falariam sobre sua permanência ou não à frente do BC no próximo governo.
A assessoria do BC divulgou o áudio de uma entrevista dada por Meirelles em que ele lembra os questionamentos sobre a autonomia do banco, feitos por vários setores. O presidente do BC destacou que a autonomia foi uma condição negociada quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o convidou para a função, em dezembro de 2002.
Para ele, a autonomia “foi muito importante para a condução da política monetária”, uma vez que o país manteve a inflação na meta e as taxas de risco caíram, favorecendo a atividade econômica. Meirelles afirmou não ter dúvidas de que a presidenta eleita “é absolutamente favorável” à autonomia do BC.