Mudança climática é o maior risco global para o Fórum Econômico Mundial
Para o Fórum Econômico Mundial, para resolver esses problemas sistêmicos, os líderes globais devem adotar uma resposta coordenada multilateral
Carlo Cauti
Publicado em 11 de janeiro de 2022 às 17h37.
Última atualização em 11 de janeiro de 2022 às 17h42.
O Fórum Econômico Mundial divulgou nesta terça-feira (11) seu tradicional Relatório de Riscos Globais, apontando a mudança climática como principal preocupação para 2022.
Em sua 17ª edição, o documento do Fórum Econômico Mundial incentiva os líderes a pensar fora do ciclo de relatórios trimestrais e a criar políticas que gerenciem riscos e definam a agenda para os próximos anos.
Tradicionalmente, o Relatório de Riscos Globais é divulgado nas semanas anteriores ao Fórum de Davos, que estava previsto para ocorrer a partir do dia 17 de janeiro, para pautar as discussões entre os participantes do mundo inteiro.
Entretanto, por causa do surto da variante Ômicron, os organizadores do evento decidiram postergar o Fórum deste ano.
Crise climática maior ameaça de longo prazo
Para Peter Giger, diretor de risco do grupo Zurich Insurance Group, "a crise climática continua sendo a maior ameaça de longo prazo que a humanidade enfrenta. A falta de ação sobre as mudanças climáticas pode reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) global em um sexto e os compromissos assumidos na COP26 ainda não são suficientes para atingir a meta de 1,5 C. Não é tarde demais para governos e empresas agirem sobre os riscos que enfrentam e conduzirem uma transição inovadora, determinada e inclusiva que proteja economias e pessoas”.
Para o Fórum, enquanto os principais riscos de longo prazo estão relacionados ao clima, as principais preocupações globais de curto prazo incluem divisões sociais, crises de subsistência e deterioração da saúde mental.
Além disso, a maioria dos especialistas consultados para realizar o relatório acredita que uma recuperação econômica global será volátil e desigual nos próximos três anos.
Apenas 1 em cada 6 especialistas entrevistados na pesquisa é otimista e apenas 1 em cada 10 acredita que a recuperação econômica global irá acelerar.
Para brasileiros, economia é primeira preocupação
Para os entrevistados brasileiros, o principal risco é uma prolongada estagnação econômica, seguida por uma crise de desemprego e de habitação, a desigualdade digital, e somente em quarto lugar a crise ambiental.
“Disrupções econômicas e de saúde estão agravando as divisões sociais. Isso está criando tensões em um momento em que a colaboração dentro das sociedades e entre a comunidade internacional será fundamental para garantir uma recuperação global mais uniforme e rápida. Os líderes globais devem se unir e adotar uma abordagem coordenada de múltiplas partes interessadas para enfrentar desafios globais implacáveis e construir resiliência antes da próxima crise”, disse Saadia Zahidi, diretora do Fórum Econômico Mundial.
Documento do Fórum Econômico Mundial traz propostas para maior resiliência
O Relatório de Riscos Globais explora quatro áreas de risco emergente:
- segurança cibernética;
- competição no espaço;
- transição climática desordenada;
- pressões migratórias;
cada uma exigindo coordenação global para um gerenciamento bem-sucedido.
O relatório termina com reflexões sobre o segundo ano da pandemia de Covid-19, com novas sugestões sobre a resiliência em nível nacional.
O capítulo também se baseia nas comunidades de especialistas em risco do Fórum Econômico Mundial para oferecer conselhos práticos para a implementação da resiliência nas organizações.
O Relatório de Riscos Globais 2022 foi desenvolvido com o apoio do Conselho Consultivo de Riscos Globais do Fórum Econômico Mundial, junto com a Marsh McLennan, SK Group e Zurich Insurance Group, e a Universidade de Oxford, Universidade Nacional de Cingapura e a Universidade da Pensilvânia.