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Motivação sobre ataque contra Trump permanece sem resposta

Investigadores e vizinhos lutam para entender o motivo do ataque a Trump

Thomas Crooks, de 20 anos, atirou contra o ex-presidente Donald Trump durante convenção republicana. (The Washington Post/Getty Images)

Thomas Crooks, de 20 anos, atirou contra o ex-presidente Donald Trump durante convenção republicana. (The Washington Post/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 15 de julho de 2024 às 11h09.

Thomas Crooks, um jovem de 20 anos, viajou de sua casa na Pensilvânia até um comício de Donald Trump, onde subiu em um telhado e disparou contra o ex-presidente, que sofreu uma lesão leve na orelha e foi rapidamente retirado do local pela segurança. Agentes do Serviço Secreto dos EUA neutralizaram Crooks no ato. O ataque deixou um morto, dois feridos graves e muitas perguntas sobre as motivações do atirador. As informações são do Financial Times.

O incidente repercutiu em todo o país, intensificando as tensões em uma das eleições presidenciais mais polarizadas da história dos EUA. Em Bethel Park, onde Crooks vivia com seus pais, a comunidade ficou perplexa com o ocorrido. O atirador, um republicano registrado que já havia doado para causas democratas, deixou a vizinhança tentando entender suas motivações.

Bethel Park, um subúrbio ao sul de Pittsburgh, é conhecido por suas ruas arborizadas e gramados bem cuidados, frequentemente decorados com sinais de apoio a Trump e bandeiras americanas. No domingo, a rua onde Crooks morava foi isolada, com policiais estaduais controlando o acesso da imprensa. Vários vizinhos expressaram surpresa e disseram não conhecer bem a família ou o próprio Crooks.

A comunidade local, geralmente pacata e não muito política, foi abalada pelo incidente. Alguns mencionaram uma ameaça de bomba nas primeiras horas da manhã seguinte ao tiroteio, que levou à chegada de um caminhão do esquadrão antibombas na casa de Crooks. Investigadores confirmaram a descoberta de explosivos no carro e na casa do atirador.

Crooks trabalhava como assistente de dieta em um centro de reabilitação local. De acordo com a administração do local, ele realizava suas funções sem problemas e tinha um histórico limpo. O FBI está investigando se Crooks utilizou um rifle AR-556 comprado legalmente por seu pai e se ele pegou a arma sem o conhecimento do mesmo.

Motivação segue sem explicação

Até agora, as autoridades não identificaram uma ideologia específica associada a Crooks, que aparentemente agiu sozinho. Também não há indícios de que ele sofria de problemas de saúde mental. A investigação ainda está no início, e os investigadores não encontraram declarações ameaçadoras nas contas de redes sociais de Crooks.

O incidente reacende o debate sobre armas de fogo nos EUA, onde tiroteios são a principal causa de morte entre jovens. A tentativa de assassinato ocorreu um mês após a Suprema Corte dos EUA anular uma proibição de "bump stocks", dispositivos que aumentam significativamente o poder de fogo dos rifles. A medida havia sido implementada após um tiroteio em Las Vegas, o mais mortal da história moderna dos EUA.

Em Bethel Park, a comunidade ainda está tentando assimilar o mais recente ato de violência armada, que colocou essa tranquila área suburbana no centro da eleição presidencial de 2024.

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