Drogas: epidemia de overdose no país começou no início da década de 2010, principalmente vinculada à prescrição excessiva de Oxycontin e outros analgésicos legais (George Frey/Reuters)
AFP
Publicado em 16 de agosto de 2018 às 19h31.
As mortes por overdose de drogas nos Estados Unidos aumentaram para quase 72.000 no ano passado, em um momento em que os mais viciados recorrem ao potente opioide sintético fentanil pelas dificuldades para acessar os cada vez mais controlados analgésicos de receita.
Novas estimativas do órgão estatal de saúde pública para o controle de doenças CDC mostraram nesta quinta-feira (16) que as mortes por overdose aumentaram em 2017 quase 7%, para um recorde de 71.568, muito mais que os óbitos por acidentes de trânsito, relacionados a armas de fogo ou suicídios.
As mortes por overdose nos Estados Unidos somaram 67.114 em 2016 e um pouco mais de 54.207 no ano anterior, segundo o CDC.
Esses falecimentos aumentaram em 38 dos 50 estados do país. A maioria das mortes aconteceram na Flórida (sudeste), Califórnia (oeste), Pensilvânia e Ohio (meio-oeste).
Os aumentos maiores, em termos percentuais, aconteceram na Carolina do Norte (sudeste), com um aumento de 22,5%, e em Nebraska (meio-oeste), com uma alta de 33,3%.
A epidemia de overdose por drogas nos Estados Unidos começou no início da década de 2010, principalmente vinculada à prescrição excessiva de Oxycontin e outros analgésicos legais, fazendo com que mais de dois milhões de pessoas se viciassem.
Nos últimos três anos, as autoridades tomaram medidas enérgicas contra a venda de analgésicos receitados e os usuários se viram obrigados a recorrer a heroína e fentanil, mais barato e muito mais potente.
As estatísticas mostram que os opioides sintéticos como o fentanil estão implicados em quase metade das mortes por overdose, em comparação a aproximadamente um terço há apenas um ano.
O presidente Donald Trump declarou o problema como uma emergência nacional de saúde pública no ano passado.