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Morte de Kim Jong-il cria expectativas em refugiados norte-coreanos

Cerca de 22 mil refugiados norte-coreanos vivem na Coreia do Sul, muitos deles amparados por organizações

A morte do 'querido líder' após 17 anos no poder também estimulou as ONGs sul-coreanas a trabalharem com mais empenho a favor dos direitos humanos (Getty Images)

A morte do 'querido líder' após 17 anos no poder também estimulou as ONGs sul-coreanas a trabalharem com mais empenho a favor dos direitos humanos (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2011 às 11h12.

Seul - Um dia após receber a inesperada notícia da morte de Kim Jong-il, as comunidades de refugiados norte-coreanos em Seul manifestaram sua expectativa sobre o futuro da Coreia do Norte e otimismo em relação à possibilidade de reunificação.

Cerca de 22 mil refugiados norte-coreanos vivem na Coreia do Sul, muitos deles amparados por organizações que acreditam que a morte de Kim Jong-il é o primeiro passo para a futura abertura e democratização do país mais isolado do mundo.

O filho mais novo do ditador, Kim Jong-un, 'tomará o poder, mas em dois ou três anos haverá grandes mudanças na Coreia do Norte, já que muita gente está cansada do regime e agora há mais influência do exterior no país', indicou à Agência Efe Peter Chung, porta-voz da organização Justice for North Korea (Justiça para a Coreia do Nort).

Essa ONG, que tem sede em Seul e promove os direitos humanos no país comunista, considerou que Kim Jong-un não está preparado, em seus menos de 30 anos, para dar uma continuidade estável ao regime comunista que seu avô Kim Il-sung fundou em 1948.

'Kim Jong-un não tem, nem de longe, o respeito que o povo mantinha por Kim Il-sung', afirmou Chung, que considera que a falta de experiência do filho do líder norte-coreano será um obstáculo insuperável para manter sua liderança a longo prazo.

O pastor Chun Ki-won, da associação cristã de ajuda a refugiados Durihana expressou a mesma opinião à Efe e afirmou acreditar que o vizinho comunista entrará em um ciclo de instabilidade nos próximos anos que acabará abalando o rígido sistema totalitário norte-coreano.

'É preciso lamentar sempre a perda de qualquer ser humano, mas após a morte de Kim Jong-il, a reunificação está mais próxima', apontou.


A morte do 'querido líder' após 17 anos no poder também estimulou as ONGs sul-coreanas a trabalharem com mais empenho a favor dos direitos humanos.

O porta-voz da Justice for North Korea antecipou que sua organização aumentará os esforços para, em colaboração com outros grupos civis, enviar à ONU, ao Tribunal Penal Internacional e a outras instituições internacionais centenas de mensagens para que pressionem Pyongyang a respeitar os direitos humanos.

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou no mês passado uma resolução na qual manifestou uma 'profunda preocupação' pela situação de deterioração dos direitos humanos na Coreia do Norte, onde, afirmava, 'persistem' as violações graves dos princípios fundamentais.

Outras organizações sem fins lucrativos, como a Aliança de Cidadãos para os Direitos na Coreia do Norte, indicaram que continuarão realizando seu trabalho, sem que a morte de Kim Jong-il influencie em seus planos imediatos.

'Primeiro é preciso ver o que vai acontecer, isso é só o início de um longo processo. No entanto, esperamos que a Coreia do Norte se abra para o mundo de uma vez e algum dia abrace a democracia', comentou à Efe Kim Eun-young, coordenadora de programas dessa ONG.

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