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Monarquias do Golfo deixam disputas de lado diante de jihad

Líderes das monarquias petrolíferas do Golfo se reuniram para sua cúpula anual, após nove meses, pela ameaça de jihadistas e da crescente influência do Irã

Líderes do Conselho de Cooperação do Golfo durante reunião (Saudi Press Agency/Handout via Reuters)

Líderes do Conselho de Cooperação do Golfo durante reunião (Saudi Press Agency/Handout via Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2014 às 21h48.

Doha - Os líderes das monarquias petrolíferas do Golfo se reuniram nesta terça-feira no Catar para sua cúpula anual depois de nove meses de disputas emudecidas pela ameaça dos grupos jihadistas e da crescente influência do Irã.

A cúpula, que por pouco não foi cancelada, acontece em meio a uma ofensiva jihadista no Iraque e na Síria, ao agravamento da violência no Iêmen e à queda do preço do petróleo.

A crise que eclodiu em março é a mais grave já enfrentada desde a criação, em 1981, do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), que inclui Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã e Catar.

Riad, Abu Dhabi e Manama, que acusavam Doha de desestabilizar a região por seu apoio à Irmandade Muçulmana, particularmente no Egito, receberam um sinal positivo do Catar nesta terça, com a decisão de apoiar o presidente egípcio, Abdel Fattah al Sissi, que liderou o golpe contra o então presidente islâmico, Mohamed Mursi, em julho de 2013.

Os participantes da Cúpula, presidida pelo emir de Catar, xeque Tamim Ben Hamad al Thani, se comprometeram a ajudar o Egito a garantir "sua estabilidade e sua prosperidade", e reconheceram "o papel regional que desempenha o Egito no interesse na nação árabe-muçulmana".

A mudança de posição do Catar foi resultado da reconciliação selada em novembro e que se concretizou com o anúncio do retorno dos três embaixadores do Golfo a Doha, graças à mediação do Kuwait e sobretudo pelo reposicionamento dos sauditas que trabalharam para amenizar as divergências árabes, em particular entre o Catar e o Egito.

Nesta terça-feira, as monarquias também exigiram a saída dos milicianos xiitas do Ansaruallah da capital do Iêmen, Sanaa, que ocuparam em setembro.

Os seis membros do CCG exigem "a retirada imediata das milícias huthis de todas as regiões que ocuparam" e a "entrega ao Estado das armas e das instituições civis e militares".

O grupo - principal financiador do Iêmen - manifestou ainda seu "apoio aos esforços do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi para restabelecer a paz e a segurança" em seu país.

Cooperação militar

Vários membros do CCG fazem parte da coalizão internacional liderada por Washington e que realiza ataques no Iraque e na Síria conta o grupo Estado Islâmico (EI).

Os líderes do Golfo discutiram meios de fortalecer a cooperação militar do grupo, principalmente nas atividades navais e da força policial conjunta.

Também analisaram os progressos quanto a implementação de vários acordos de luta contra o terrorismo.

No topo das prioridades esteve a vertiginosa queda dos preços do petróleo, que representa 90% das receitas do GCC.

O preço do petróleo perdeu 40% de seu valor desde junho. Isto significa que os países do CCG poderiam perder cerca de US$ 300 bilhões.

Os preços continuaram a cair após a decisão no mês passado da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) de manter sua produção inalterada, principalmente sob a pressão dos países do Golfo liderados pela Arábia Saudita, ansioso para preservar suas ações.

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