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Milhares de pessoas ocupam praça Tahrir no 16º dia de protestos

No dia seguinte à maior manifestação desde 25 de janeiro, opositores chegaram a dormir na praça para impedir retirada pelo exército

Multidão na praça Tahrir, no Cairo: opositores pedem estado democrático no Egito (Mohammed Abed/AFP)

Multidão na praça Tahrir, no Cairo: opositores pedem estado democrático no Egito (Mohammed Abed/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2011 às 12h41.

Cairo - Milhares de pessoas passaram a noite na Praça Tahrir, no centro do Cairo, em desafio ao toque de recolher, e iniciaram nesta quarta-feira o 16º dia da revolta popular que exige a renúncia do presidente Hosni Mubarak.

"Não se cansem, não se cansem. A liberdade ainda não foi alcançada", gritava um militante em um alto-falante, em meio às barracas instaladas pelos manifestantes no centro da praça.

Duas crianças de sete e oito anos andavam em meio aos manifestantes com cartazes que diziam "Mubarak mata o povo".

Um dia depois da maior manifestação da revolta popular iniciada em 25 de janeiro, muitos manifestantes dormiram ao redor dos tanques do Exército posicionados nos acessos da praça para impedir uma eventual retirada.

Os manifestantes temem que uma saída dos blindados tenha por consequência ataques dos grupos pró-Mubarak ou uma tentativa de esvaziar a praça à força.

Um jurista de 35 anos, Essam Magdi, se mostrou indiferente ao anúncio da criação de um comité para para reformar a Constituição.

"Não podem acontecer negociações enquanto Mubarak não for embora. Quando cair, poderemos falar de muitas coisas", disse.

"O Exército quer nos empurrar para dentro da praça. Querem nossa saída, por isto dormimos aqui. Queremos os soldados e confiamos neles, mas não confiamos nos que mandam neles", completou Magdi.

"Não queremos um Estado militar, nem um Estado religioso. O que queremos é um Estado baseado em instituições e em eleições", disse Atif Awad, um carpinteiro de 34 anos, membro da Irmandade Muçulmana, principal força da oposição no Egito.

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