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Milhares de manifestantes fazem "marcha festiva" em Paris contra Macron

Cerca de 2 mil membros das forças de segurança estavam mobilizados quando manifestantes começaram a se concentrar

Manifestantes em portesto contra Emmanuel Macron: organizadores pediram aos participantes que mantivessem um "espírito festivo" durante o protesto (Charles Platiau/Reuters)

Manifestantes em portesto contra Emmanuel Macron: organizadores pediram aos participantes que mantivessem um "espírito festivo" durante o protesto (Charles Platiau/Reuters)

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AFP

Publicado em 5 de maio de 2018 às 12h33.

Milhares de pessoas começaram a se manifestar neste sábado, em Paris, em meio a uma forte presença policial, contra as reformas promovidas por Emmanuel Macron, um ano após a sua eleição como presidente da França.

Cerca de 2 mil membros das forças de segurança estavam mobilizados quando os manifestantes começaram a se concentrar na Praça da Ópera, centro da capital francesa.

Também houve passeatas de menor tamanho em outras cidades da França, como Toulouse e Bordeaux. O protesto em Paris começou com um piquenique gigante, que reuniu diversas famílias.

Os organizadores pediram aos participantes que mantivessem um "espírito festivo" durante o protesto, cujo encerramento está previsto para as 20h locais, com um show na Praça da Bastilha, local que costuma receber as manifestações de esquerda.

"Viva aos assalariados da Air France, viva aos ferroviários, viva aos funcionários dos hospitais públicos, viva aos advogados!", gritou o líder do França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, referindo-se aos diferentes setores que protestaram na França nas últimas semanas.

"A violência não nos leva a lugar nenhum", assinalou o candidato à presidência pela esquerda radical nas eleições do ano passado, do alto de um ônibus em que se lia "Quando tudo for privado, estaremos privados de tudo".

O forte esquema de segurança foi mobilizado depois que centenas de jovens encapuzados incendiaram veículos e vandalizaram uma lanchonete da rede McDonald's durante as manifestações de 1º de maio dos chamados "black blocs", grupos de extrema esquerda conhecidos por sua violência radical.

O partido de extrema direita Frente Nacional (FN), cuja candidata, Marine Le Pen, enfrentou Macron há um ano no segundo turno, alertou ontem que os franceses não iriam "aceitar novamente que a autoridade do Estado fosse desrespeitada" na manifestação.

Participavam da passeata quatro veículos, cada um levando uma pessoa fantasiada de Macron com um tema diferente (Drácula, Júpiter, Napoleão... ). O chefe de Estado é acusado de ser "o presidente dos ricos".

Esta é a mais recente de uma série de grandes manifestações contra Macron, cujas reformas em vários setores, da educação ao sistema de ferrovias, causou embates com vários grupos.

O França Insubmissa não foi o organizador da manifestação de hoje, mas a ideia foi de um de seus deputados, François Ruffin.

Segundo os organizadores, a iniciativa "é uma primeira etapa". Associações, sindicatos e partidos prevêem uma nova jornada de protestos no próximo dia 26. "Um novo ciclo de mobilização está a caminho", comemorou Mélenchon.

Várias universidades permanecem bloqueadas, em meio aos protestos contra os planos de Macron de tornar o acesso ao ensino superior mais seletivo, o que prejudicou a realização das provas finais.

Ontem foi o mais recente de uma série de dias de greves no serviço ferroviário do país em protesto contra os planos de Macron de reformar a estatal de ferrovias, SNCF.

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