O primeiro-ministro Hailemariam Desalegn acredita que pessoas que se oferecem para fazer a travessia são as verdadeiras culpadas, por engajarem na "jornada da morte" (REUTERS/ MOHAMED NURELDIN ABDALLAH)
Da Redação
Publicado em 22 de abril de 2015 às 15h29.
Adis-Abeba - Mais de 100 mil pessoas protestaram nas ruas da capital da Etiópia nesta quarta-feira contra a morte de um grupo de cristãos etíopes que tentavam imigrar para a Europa.
A manifestação, que eventualmente gerou confronto com a polícia, também criticava a incapacidade do governo de elevar os padrões de vida dos mais pobres.
"Queremos vingança pelo sangue de nossos filhos", diziam alguns manifestantes, se referindo aos imigrantes que foram decapitados pelo grupo extremista Estado Islâmico quando estavam no Líbano, tentando chegar à Europa.
Ahaza Kassaye, mãe de uma das vítimas identificada como Eyasu Yikunoamlak, disse à Associated Press que estava impressionada pela quantidade de pessoas que apareceram à demonstração.
"Eu estou feliz agora. Antes, eu apenas lamentava a morte de meu filho com meus parentes e vizinhos. Nunca esperei que isso pudesse acontecer", disse.
De acordo com o primeiro-ministro Hailemariam Desalegn, embora a pobreza seja a causa da imigração, pessoas que se oferecem para fazer a travessia são os verdadeiros culpados porque encorajam a "jornada da morte".
Parlamentares debateram ontem sobre a possibilidade de responsabilizar o Estado Islâmico pelas mortes. No entanto, não se sabe se o fato pode gerar uma resposta militar aos extremistas.