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Milhares de egípcios pernoitam na praça Tahrir para mais protestos

Manifestantes demonstram que não vão desistir de sua luta contra o regime de Hosni Mubarak, após a mensagem do presidente, que expressou a intenção de seguir no poder

Milhares de pessoas pernoitaram na praça Tahrir, no Cairo: eles não vão desistir (Chris Hondros/Getty Images)

Milhares de pessoas pernoitaram na praça Tahrir, no Cairo: eles não vão desistir (Chris Hondros/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2011 às 06h32.

Cairo - A decepção e a indignação após o discurso pronunciado na noite de quinta-feira pelo presidente egípcio, Hosni Mubarak, encorajou os manifestantes a continuarem seus protestos na praça Tahrir, no Cairo, e se aproximarem do palácio Presidencial.

Milhares de pessoas pernoitaram na praça Tahrir (Libertação, em árabe), como já é habitual, para demonstrar que não vão desistir de sua luta contra o regime após a mensagem do líder, que expressou a intenção de seguir no poder.

Os manifestantes não se limitaram a concentrar-se na praça, símbolo dos protestos político contra Mubarak, mas os atos se estenderam a outros lugares da capital.

Várias centenas de pessoas marcharam durante a madrugada rumo ao palácio Presidencial no Cairo, localizado no bairro de Heliópolis.

Os movimentos de jovens e os grupos opositores convocaram uma grande manifestação para esta sexta-feira, que depois dos últimos eventos promete concentrar ainda mais pessoas que as convocações precedentes.

Os grupos pró-democracia fizeram uma chamada para que a jornada de hoje reúna 20 milhões pessoas, em um país com população superior a 80 milhões.

A renúncia de Mubarak e a queda do regime atual são o objetivo desta revolta popular sem precedentes que começou em 25 de janeiro, pelo que a expectativa era enorme na quinta-feira perante a possibilidade de o presidente anunciar a sua saída do poder.

Mubarak, porém, se limitou a anunciar em discurso transmitido pela televisão que havia cedido algumas prerrogativas ao vice-presidente Omar Suleiman e confirmou que se mantém no poder.

Além disso, o chefe de Estado não só não renunciou à Presidência como ainda se comprometeu a liderar um processo que leve a "eleições (presidenciais) livres e limpas" em setembro.

Este revés não desanimou as dezenas de milhares de pessoas que acompanharam a transmissão da mensagem na noite de ontem em um telão na praça Tahrir, e que enquanto avançava o discurso tiraram seus sapatos e os levantaram, um gesto de desprezo no mundo árabe

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