Milei toma posse como presidente 40 anos após redemocratização na Argentina; veja ao vivo
Presidente eleito vai receber a faixa presidencial de Alberto Fernández e discursará para apoiadores nas escadas do Congresso
Redação Exame
Publicado em 10 de dezembro de 2023 às 08h12.
Última atualização em 10 de dezembro de 2023 às 11h58.
Neste domingo, Javier Milei assume a Presidência da Argentina, e o evento principal, que promete ser breve, acontecerá no Congresso Nacional do país a partir das 11h. O líder do La Libertad Avanza estará ao lado de sua companheira de chapa, Victoria Villarruel.
De acordo com o artigo 93 da Constituição Nacional, “ao tomar posse, o presidente e o vice-presidente prestarão juramento, nas mãos do presidente do Senado e perante o Congresso reunido na Assembleia, respeitadas suas crenças religiosas, de: atuar com lealdade e patriotismo o cargo de presidente (ou vice-presidente) da Nação Argentina”.
Quem deve presidir a posse no parlamento é a atual vice, Cristina Kirchner, que também é vice-presidente do Senado.
O artigo 141 do documento também determina que “no pórtico da Casa do Governo (esplanada da Rua Rivadavia), o presidente será recebido pelo chefe da Casa Militar, pelo diretor de cerimônias e por um ajudante de campo do presidente cessante , que o cumprimentará.” Eles o acompanharão até a Sala Branca (palco que ficará em frente ao Busto da República).”
Em seguida, o presidente Alberto Fernandez vai entregar a Milei as insígnias presidenciais (bastão de comando e faixa presidencial) que são colocadas sobre a mesa do chefe do Estado.
Fernández deixa a Sala Branca junto de seus ex-ministros e encerra sua participação na cerimônia. Ele será acompanhado ao pórtico pelo novo chefe da Casa Militar, pelo diretor cerimonial e por um ajudante de campo do presidente.
No período da tarde, Milei presta juramento aos novos ministros de seu gabinete. O novo presidente não vai discursar na Casa Legislativa, mas sim nas escadarias do prédio para o grupo de seguidores que vai acompanhar a posse do lado de fora. A última etapa formal da cerimônia inclui a ida de Milei até a Casa Rosada em um automóvel conversível pela Avenida de Mayo, segundo a agência de notícias Télam.
Posse de Milei ao vivo
Presença de Bolsonaro e Zelensky
A cerimônia vai reunir um conjunto 'diversificado' de líderes mundiais, incluindo o ucraniano Volodymyr Zelensky e o primeiro-ministro nacionalista da Hungria, Viktor Orban – o único líder da UE que manteve laços estreitos com o Kremlin. O líder esquerdista do Chile, Gabriel Boric, e o rei da Espanha, Felipe VI, também estarão presentes, assim como o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
Lula vai na posse?
Milei convidou Lula para o evento no último dia 26, por meio de uma carta, na qual disse desejar que o tempo de trabalho em comum dos presidentes no poder"seja uma etapa de trabalho frutífero e construção de laços" entre os dois países.
Apesar do convite, aSecretaria de Comunicação Social da Presidência informou que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, representará o Brasil na solenidade.
Essa não será a primeira ocasião em que um presidente brasileiro não comparece à posse do novo chefe do executivo argentino. Em 2019, o então presidente Bolsonaro não foi à posse de Alberto Fernández, sendo representado pelo então vice-presidente Hamilton Mourão.
Não convencional
Depois de tomar posse, ele pretende quebrar a tradição ao fazer seu discurso de posse não aos legisladores reunidos, mas aos seus apoiadores reunidos em frente ao prédio do Congresso Nacional – de costas para o Legislativo.
Espera-se que ele fale sobre as dificuldades econômicas que vai herdar de Alberto Fernández e anuncie as suas primeiras ações executivas, incluindo um corte drástico nas despesas públicas.
Pacote de medidas econômicas
A expectativa é que Milei anuncie um pacote de medidas na economia já na segunda-feira, 11. Segundo o jornal Clarín, o plano deve incluir uma desvalorização do peso no câmbio oficial, de 365 para algo entre 700 e 800 pesos por dólar, valor mais próximo à cotação paralela, que gira ao redor dos 1.000 pesos por dólar.
Outras medidas devem incluir a proibição de emissão de moeda pelo Banco Central para financiar o Tesouro, a retirada de subsídios a tarifas de forma gradual, o fim da contratação de novas obras públicas e liberação do preço dos combustíveis.
10 de dezembro
A posse de Raúl Alfonsin, o primeiro presidente após a ditadura no país, foi realizada no dia 10 de dezembro de 1983. Desde então, dos seis presidentes eleitos no país, quatro assumiram a Presidência no dia 10 de dezembro.
Carlos Menem, segundo líder após a redemocratização do país, além de Néstor Kirchner, foram as exceções. Alfonsín renunciou, em meio à uma crise econômica, em 1989. Kirchner assumiu também após uma forte crise, em 2003, depois que a Argentina teve quatro presidentes em menos de dois anos.
Milei será o quarto presidente seguido que assume a Casa Rosada no emblemático 10 de dezembro.
(Com Agência O Globo)