Mundo

Migrantes detidos na Polônia; UE prepara sanções contra Belarus

De acordo com organizações humanitárias, pelo menos 10 pessoas morreram até o momento.

Grupo de migrantes na fronteira entre Belarus e Polônia, na região bielorrussa de Grodno (AFP/AFP)

Grupo de migrantes na fronteira entre Belarus e Polônia, na região bielorrussa de Grodno (AFP/AFP)

A

AFP

Publicado em 14 de novembro de 2021 às 13h06.

Dezenas de migrantes foram detidos imediatamente depois de entrar na Polônia a partir de Belarus, informou neste domingo (14) Varsóvia, que advertiu para fluxos ainda maiores, na véspera de uma reunião da União Europeia (UE) para ampliar as sanções contra Minsk. 

EXAME lança e-book gratuito com 30 formas práticas de ter renda extra: baixe agora mesmo.

A polícia informou no Twitter que 50 migrantes ultrapassaram no sábado a fronteira protegida por forças da UE e da Otan, perto da localidade de Starzyna.

Todos foram detidos praticamente quando entraram no território.

Milhares de migrantes procedentes do Oriente Médio acampam na fronteira entre a UE e Belarus, o que provocou um agravamento das relações entre a primeira e os Estados Unidos de um lado, e Belarus e sua aliada Rússia do outro.

Os países ocidentais acusam o regime do presidente bielorrusso Alexander Lukashenko de organizar deliberadamente a crise, estimulando os migrantes a seguir para este país e depois transportá-los até a fronteira com a Polônia.

Belarus nega a acusação e culpa o Ocidente.

"Se alguém acredita que Lukashenko e os bielorrussos recuarão, isto não vai acontecer", afirmou o próprio presidente (na terceira pessoa), em uma entrevista publicada no sábado.

De acordo com organizações humanitárias, pelo menos 10 migrantes morreram até o momento.

Várias ONGs citam uma crise humanitária com temperaturas abaixo de 0ºC e pedem uma desescalada, além do envio de ajuda aos migrantes.

No maior acampamento, perto da cidade bielorrussa de Bruzgi, as autoridades calculam a presença de 2.000 migrantes e refugiados, incluindo mulheres grávidas e crianças.

As autoridades de Belarus fornecem ajuda, incluindo barracas e aquecedores, gesto que antecipa uma presença quase permanente na fronteira.

Provocação na fronteira?

A Polônia se nega a permitir que os migrantes entrem em seu território e acusa Belarus de impedir o retorno destas pessoas a sues países de origem.

O ministro do Interior, Mariusz Kaminski, informou no sábado que os migrantes ouviram um boato de que a Polônia permitiria a passagem na segunda-feira e que ônibus seriam enviados da Alemanha para o transporte.

"Estão preparando uma provocação", afirmou Kaminski.

O governo polonês enviou mensagens de texto a todos os telefones celulares estrangeiros ao longo da fronteira para denunciar "uma absoluta mentira sem sentido. A Polônia continuará protegendo sua fronteira".

"Aqueles que divulgam estes boatos querem estimular os migrantes a atacar a fronteira, o que pode provocar incidentes perigosos", adverte o texto.

Os ministros das Relações Exteriores da UE se reunirão na segunda-feira para ampliar as sanções contra Belarus, após as medidas impostas pela repressão aos opositores do regime de Lukashenko, que governa o país há quase 30 anos.

Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, afirmou que serão adotadas sanções contra "todos aqueles envolvidos no tráfico ilegal de migrantes a Belarus, incluindo companhias aéreas, agências de viagens e funcionários governamentais.

"Lukashenko se equivoca, acredita que adotando represálias nós daríamos o braço a torcer e as sanções seriam eliminadas. Acontece o contrário", disse.

O comissário europeu Thierry Breton declarou à rádio France Inter que "os 27 estarão completamente alinhados" sobre o tema.

De acordo com o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, entre as medidas previstas está o "fechamento total da fronteira para cortar as vantagens econômicas do regime".

Em uma entrevista à agência PAP, Morawiecki também afirmou que "toda a comunidade (europeia) deve contribuir" para a construção de um muro na fronteira entre Polônia e Belarus.

A chanceler britânica, Liz Truss, pediu neste domingo ao presidente russo, Vladimir Putin, uma intervenção contra esta "vergonhosa e orquestrada crise migratória".

Por pressão da diplomacia dos países europeus, a Turquia proibiu que iraquianos, sírios e iemenitas viajem para Belarus. E a companhia aérea síria Cham Wings cancelou os voos para Minsk.

Assine a EXAME por menos de R$ 0,37/dia e acesse as notícias mais importantes do Brasil em tempo real.

Acompanhe tudo sobre:ImigraçãoPolôniaUnião Europeia

Mais de Mundo

Brasil está confiante de que Trump respeitará acordos firmados na cúpula do G20

Controle do Congresso dos EUA continua no ar três dias depois das eleições

China reforça internacionalização de eletrodomésticos para crescimento global do setor

Xiaomi SU7 atinge recorde de vendas em outubro e lidera mercado de carros elétricos