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Migrantes de caravanas fazem greve de fome para pressionar México e EUA

As mulheres pedem ao Instituto Nacional de Migração do México para "acelerar vistos humanitários para que possamos ver como nos instalamos e trabalhar"

Migrantes em acampamento improvisado: milhares de migrantes, a maioria hondurenhos, vivem há mais de uma semana ao ar livre em abrigos improvisados pelas autoridades em Tijuana (Hannah McKay/Reuters)

Migrantes em acampamento improvisado: milhares de migrantes, a maioria hondurenhos, vivem há mais de uma semana ao ar livre em abrigos improvisados pelas autoridades em Tijuana (Hannah McKay/Reuters)

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AFP

Publicado em 29 de novembro de 2018 às 21h44.

Ao menos dez mulheres centro-americanas, integrantes da caravana migrante que saiu de Honduras há mais de um mês, anunciaram nesta quinta-feira, 29, uma greve de fome para pressionar México e Estados Unidos a agilizarem seus trâmites migratórios.

"Considerando que pouco nos ouviram, decidimos, o movimento de mulheres (...), que vamos fazer greve de fome", disse a hondurenha Claudia Miranda, durante uma entrevista coletiva improvisada em plena rua de Tijuana, cidade do noroeste do México que faz fronteira com os Estados Unidos e onde chegaram mais de 6.000 migrantes.

Representando uma dezena de mulheres que carregavam bandeiras brancas, Miranda explicou que tentarão que outras centro-americanas se unam à greve, que começaria horas depois com um protesto em frente aos escritórios migratórios.

As mulheres pedem ao Instituto Nacional de Migração do México para "acelerar os vistos humanitários para que possamos ver como nos instalamos e poder trabalhar", disse Miranda.

Os milhares de migrantes, a maioria famílias hondurenhas com filhos, vivem há mais de uma semana ao ar livre em um abrigo improvisado pelas autoridades em um centro esportivo localizado em um bairro marginal de Tijuana.

Esta quinta-feira amanheceram particularmente afetados pela forte chuva que cai sobre a cidade. Seus colchonetes e cobertores colocados no chão estavam encharcados. Muitos desses migrantes estão tramitando um visto humanitário que lhes permita permanecer e trabalhar no México legalmente, um processo que pode levar várias semanas.

"Pedimos aos Estados Unidos com todo o coração e em nome do movimento de mulheres de diferentes partes da América Central, que, por favor, agilize o asilo político, (que os turnos sejam) de 50 em 50 para que possamos entrar, trabalhar e mostrar a eles que, na realidade, não somos criminosos", disse Miranda.

A caravana percorreu mais de 4.000 quilômetros com a esperança de viver nos Estados Unidos, longe da pobreza e da violência em seus países. Mas o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, os acusa de querer executar uma "invasão" em seu país e os obriga a permanecer no México enquanto solicitam asilo nos escritórios de fronteira. Para este processo há uma lista de espera de mais de 5.000 pessoas.

As mulheres centro-americanas também pediram a Andrés Manuel López Obrador, que assume a presidência do México neste sábado, que continue garantindo sua segurança. "Lembramos que este acordo está assinado" com o governo em fim de mandato, destacou Miranda.

No domingo passado, as forças americanas dispararam balas de borracha e gás lacrimogêneo contra cerca de 500 migrantes que tentaram atravessar a fronteira à força.

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