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México terá setor especializada em encontrar desaparecidos

O presidente do México ordenou a criação de uma promotoria especializada em encontrar pessoas desaparecidas, após reunião com pais de estudantes que sumiram


	Em protesto, parentes seguram fotografias de estudantes desaparecidos em Guerrero, no México
 (REUTERS/Jorge Dan Lopez)

Em protesto, parentes seguram fotografias de estudantes desaparecidos em Guerrero, no México (REUTERS/Jorge Dan Lopez)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2015 às 22h17.

Cidade do México - O presidente do México, Enrique Peña Nieto, ordenou nesta quinta-feira a criação de uma promotoria especializada em encontrar pessoas desaparecidas, após uma reunião com os pais dos 43 estudantes que sumiram em Iguala, no estado de Guerrero, há um ano.

O porta-voz do governo, Eduardo Sánchez, informou em entrevista coletiva que os parentes dos jovens apresentaram ao presidente um documento com oito reivindicações, mas não revelou o que elas pediam.

No entanto, disse que a viabilidade de cada uma delas será analisada pela Procuradoria-Geral da República, pela Secretaria de Governo e pelo Ministério de Relações Exteriores.

Peña Nieto pediu, além disso, que a PGR incorpore "as recomendações e linhas de investigação propostas pelo grupo de especialistas da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH)", que entregou hoje ao líder um relatório sobre o caso apresentado de forma antecipada no início do mês.

O presidente também ordenou que sua equipe prossiga com os trabalhos para saber o que ocorreu de forma individual com cada um dos desaparecidos, reiterando que a investigação não se encerrou e "chegará até onde tenha que chegar", disse Sánchez.

Para atender às recomendações do Grupo Interdisciplinar de Especialistas Independentes da CIDH, a PRG deverá formar uma equipe de peritos de mais alto nível para analisar os fatos ocorridos no aterro sanitário no dia 26 de setembro de 2014.

Segundo a versão da promotoria, os estudantes foram detidos por policiais corruptos de Iguala e entregues a membros do cartel Guerreros Unidos. Posteriormente, eles teriam sido assassinados e incinerados em um aterro do município vizinho, Cocula.

A versão foi questionada pelo grupo da CIDH, que concluiu ser impossível que os jovens tenham sido queimados no local.

Sobre a divergência, o porta-voz do governo mexicano afirmou que há muitos pontos semelhantes entre os relatórios, apesar das "duas hipóteses sobre um mesmo fato".

"Por isso haverá uma terceira perícia com o objetivo de ter mais elementos para esclarecer com certeza do que ocorreu entre a noite do dia 26 de setembro e a madrugada do dia 27 de setembro em Iguala, no estado de Guerrero", disse Sánchez.

No encontro de quase três horas, que contou com presença de 110 parentes e alunos da Escola Normal Rural de Ayotzinapa, a mesma dos 43 desaparecidos, a PGR falou sobre os avanços do caso - no qual já há 111 presos - e abordou o atendimento às vítimas.

Peña Nieto ouviu os familiares, disse que "compartilhava da dor e compreendia sua indignação", e reafirmou a vontade do governo para esclarecer o ocorrido.

"O presidente disse a eles textualmente: 'Estamos do mesmo lado, os senhores e eu buscamos o mesmo, saber o que ocorreu com todos e cada um de seus filhos'", acrescentou Sánchez. 

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