Redação Exame
Publicado em 30 de dezembro de 2025 às 16h22.
O governo do México vai impor, a partir desta quinta-feira, 1º, tarifas de até 35% sobre milhares de produtos importados de países com os quais não possui acordos comerciais, inclusive com o Brasil.
A medida foi aprovada pelo Congresso mexicano no início de dezembro e atinge mercadorias vindas sobretudo da Ásia, como China, Índia, Coreia do Sul, Tailândia e Indonésia.
Entre os itens impactados estão automóveis, autopeças, têxteis, vestuário, plásticos e aço.
Segundo o Ministério da Economia, a mudança tem como objetivo proteger cerca de 350 mil empregos em setores considerados sensíveis, como calçados, vestuário, aço e automotivo.
O governo também estima arrecadar US$ 3,76 bilhões em receitas fiscais adicionais em 2026 com as novas tarifas.
A presidente Claudia Sheinbaum, recém-empossada, afirmou que as tarifas não são direcionadas a um país específico e buscam corrigir desequilíbrios comerciais e fortalecer a produção local.
De forma geral, a medida afeta 232 produtos e 16 setores da indústria de transformação, principalmente automóveis, borracha e plástico, máquinas e equipamentos, químicos e metalurgia.
Ainda de acordo com a CNI, a tarifa média de importação passaria de 16,1% para 33,8%, podendo chegar a 50% em alguns produtos.
Embora o Brasil seja expressivamente afetado, o maior impacto ocorreria na Ásia. Segundo o levantamento da CNI, a China seria a nação mais afetada, com cerca de US$ 34,2 bilhões sujeitos a novas tarifas.
Na sequência, aparecem a Coreia do Sul (US$ 5,8 bilhões), a Índia (US$ 3,1 bilhões) e a Tailândia (US$ 1,8 bilhão). Com exceção dos países asiáticos, o Brasil seria o país mais prejudicado pelas novas tarifas do México.
A publicação oficial das regras, com os produtos tarifados e os percentuais detalhados, foi feita no Diario Oficial de la Federación em 29 de dezembro.