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Metade do patrimônio natural da Unesco está ameaçado

"Entre os 229 sítios inscritos no Patrimônio Mundial, 114 estão afetados por atividades industriais nefastas", adverte um estudo


	Natureza: "entre os 229 sítios inscritos no Patrimônio Mundial, 114 estão afetados por atividades industriais nefastas", adverte o estudo.
 (Getty Images)

Natureza: "entre os 229 sítios inscritos no Patrimônio Mundial, 114 estão afetados por atividades industriais nefastas", adverte o estudo. (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2016 às 10h19.

Sítios excepcionais, que integram a lista de Patrimônio Mundial declarada pela Unesco, estão ameaçados pelas atividades econômicas, alerta a ONG World Wildlife Fund (WWF) em um relatório publicado nesta quarta-feira.

No documento intitulado "Proteção dos homens preservando a natureza" são citadas áreas como as florestas úmidas de Madagascar, o Parque Nacional na Espanha, a reserva animal na Tanzânia e os recifes da América Central.

"Entre os 229 sítios inscritos no Patrimônio Mundial, 114 estão afetados por atividades industriais nefastas", adverte o estudo.

"Segundo a Unesco, estes sítios encarnam a noção de área protegida por excelência", recorda a WWF, que se baseia em um censo realizado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

No entanto, a classificação de da Unesco não é necessariamente sinônimo de proteção exemplar, demonstra o informe.

"Entre outras ativistas nefastas, geralmente obra de multinacionais e suas filiais, se pode citar a prospecção e extração de petróleo e gás, a exploração florestal ilegal, a criação de grandes infraestruturas, a pesca abusiva e a superexploração de recursos aquíferos", resume a ONG.

Não existe nenhum continente ao amparo dos problemas assinalados pela WWF, que pede a governos e empresas que ajam a favor de um futuro sustentável para os citados sítios.

A Unesco, que aceitou declarar estes locais como parte do Patrimônio Mundial a pedido dos Estados, não tem poder para obrigar os governos a protegê-los.

Como último recurso, o organismo da ONU pode retirá-los da lista, como já aconteceu com Omã, no caso o santuário do oryx árabe, um tipo de antílope, ameaçado pela caça clandestina.

O relatório destaca, além disso, que atentar contra um patrimônio dotado de um valor universal excepcional coloca em questão a capacidade destas áreas de proporcionar benefícios econômicos, sociais e ambientais para 11 milhões de pessoas que dependem deles.

Cerca de um milhão de pessoas vive nos 119 sítios declarados pela Unesco e que estão ameaçados; outros dez milhões habitam seus arredores.

As florestas tropicais da ilha de Sumatra, na Indonésia, por exemplo, causam muita preocupação porque o sítio compreende três parques nacionais com importantes aquíferos que abastecem milhões de pessoas.

No entanto, estão ameaças pela concessões estatais de exploração (minas, petróleo, gás).

Da mesma forma, na Espanha, o Parque Nacional de Doñana, que recebe anualmente milhões de aves migratórias, foi vítima em 1998 de uma vasta contaminação provocada por dejetos de mineração (lama tóxica e água ácida).

Em 2015, o governo espanhol concedeu novamente direitos de extração para uma empresa mexicana (Grupo México).

Entre os sítios marinhos, os recifes de Belize na América Central compreendem sete áreas protegidas e integradas à maior barreira de coral do continente americano, que em 2009 foi declarada em perigo.

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