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Mesmo com asilo, Reino Unido adverte que extraditará Assange

O Reino Unido tem "a obrigação legal de extraditar Assange à Suécia", assinalou o Ministério de Exteriores britânico

O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange: a promotoria sueca quer interrogar Assange, mas não impôs acusações ao ativista australiano (Leon Neal/AFP)
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Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2012 às 15h32.

Londres - O Reino Unido advertiu nesta quinta-feira que extraditará Julian Assange à Suécia depois que o Equador concedeu asilo ao australiano, dando início a uma crise diplomática entre os dois países.

O fundador do WikiLeaks qualificou o asilo político outorgado pelo governo de Quito como uma "vitória histórica", mas Londres avisou que não facilitará um salvo-conduto para que Assange possa sair do país, podendo revogar o status diplomático da embaixada equatoriana para prendê-lo.

A decisão do Equador "não muda nada": o Reino Unido tem "a obrigação legal de extraditar Assange à Suécia para ser interrogado sobre as acusações de crimes sexuais e cumprirá com essa obrigação", assinalou o Ministério de Exteriores britânico.

Diante da embaixada equatoriana em Londres, onde o australiano está refugiado desde 19 de junho, cerca de 200 manifestantes pró-Assange gritaram palavras de ordem a favor da liberdade de expressão do responsável por divulgar milhares de dados secretos de governos de todo o mundo, especialmente dos Estados Unidos. Durante os protestos, pelo menos três ativistas foram detidos pela polícia, que aumentou visivelmente o efetivo em torno da embaixada.

O governo britânico alega que é obrigado por lei a deter Assange e extraditá-lo à Suécia, onde é acusado de supostos crimes sexuais contra duas mulheres. "Em virtude da legislação do Reino Unido, e depois que todas as apelações foram esgotadas, o governo se vê obrigado a extraditar Assange à Suécia, apesar de continuar comprometido em buscar uma solução negociada".


O governo britânico, no entanto, se baseia em uma lei de 1987 que permite entrar na embaixada equatoriana em Londres caso o status diplomático seja violado, mas para isso teria que apresentar uma acusação perante um tribunal, processo que pode acabar na Suprema Corte e levar muito tempo.

O argumento usado pelos britânicos seria de que a embaixada equatoriana não respeitou a legislação do país ao abrigar Assange em 19 de junho, quando o australiano violou as leis de sua liberdade condicional, já que não poderia solicitar asilo a nenhum país.

O governo de Rafael Correa, por sua vez, considera que a decisão de outorgar asilo político a Julian Assange se sustenta no direito internacional e na consideração de que sua vida corre perigo se for extraditado aos Estados Unidos.

A promotoria sueca quer interrogar Assange, mas não impôs acusações ao ativista australiano. Logo após saber de sua condição de asilado político no Equador, Assange disse a funcionários da embaixada equatoriana em Londres que procedem de um país "valente" e "independente". "Não foi nem o Reino Unido nem meu país natal, a Austrália, que decidiu me proteger da perseguição, mas uma valente nação independente latino-americana", disse o ativista, de 41 anos.

O caso Assange começou em dezembro de 2010, quando o australiano foi detido em Londres por ordem da promotoria sueca, e desde então foi julgado por três tribunais britânicos - o último deles o Supremo - que decidiram a favor de sua entrega ao país escandinavo. Cinco dias depois, em 19 de junho, Julian Assange foi à embaixada equatoriana para pedir asilo político.

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Londres - O Reino Unido advertiu nesta quinta-feira que extraditará Julian Assange à Suécia depois que o Equador concedeu asilo ao australiano, dando início a uma crise diplomática entre os dois países.

O fundador do WikiLeaks qualificou o asilo político outorgado pelo governo de Quito como uma "vitória histórica", mas Londres avisou que não facilitará um salvo-conduto para que Assange possa sair do país, podendo revogar o status diplomático da embaixada equatoriana para prendê-lo.

A decisão do Equador "não muda nada": o Reino Unido tem "a obrigação legal de extraditar Assange à Suécia para ser interrogado sobre as acusações de crimes sexuais e cumprirá com essa obrigação", assinalou o Ministério de Exteriores britânico.

Diante da embaixada equatoriana em Londres, onde o australiano está refugiado desde 19 de junho, cerca de 200 manifestantes pró-Assange gritaram palavras de ordem a favor da liberdade de expressão do responsável por divulgar milhares de dados secretos de governos de todo o mundo, especialmente dos Estados Unidos. Durante os protestos, pelo menos três ativistas foram detidos pela polícia, que aumentou visivelmente o efetivo em torno da embaixada.

O governo britânico alega que é obrigado por lei a deter Assange e extraditá-lo à Suécia, onde é acusado de supostos crimes sexuais contra duas mulheres. "Em virtude da legislação do Reino Unido, e depois que todas as apelações foram esgotadas, o governo se vê obrigado a extraditar Assange à Suécia, apesar de continuar comprometido em buscar uma solução negociada".


O governo britânico, no entanto, se baseia em uma lei de 1987 que permite entrar na embaixada equatoriana em Londres caso o status diplomático seja violado, mas para isso teria que apresentar uma acusação perante um tribunal, processo que pode acabar na Suprema Corte e levar muito tempo.

O argumento usado pelos britânicos seria de que a embaixada equatoriana não respeitou a legislação do país ao abrigar Assange em 19 de junho, quando o australiano violou as leis de sua liberdade condicional, já que não poderia solicitar asilo a nenhum país.

O governo de Rafael Correa, por sua vez, considera que a decisão de outorgar asilo político a Julian Assange se sustenta no direito internacional e na consideração de que sua vida corre perigo se for extraditado aos Estados Unidos.

A promotoria sueca quer interrogar Assange, mas não impôs acusações ao ativista australiano. Logo após saber de sua condição de asilado político no Equador, Assange disse a funcionários da embaixada equatoriana em Londres que procedem de um país "valente" e "independente". "Não foi nem o Reino Unido nem meu país natal, a Austrália, que decidiu me proteger da perseguição, mas uma valente nação independente latino-americana", disse o ativista, de 41 anos.

O caso Assange começou em dezembro de 2010, quando o australiano foi detido em Londres por ordem da promotoria sueca, e desde então foi julgado por três tribunais britânicos - o último deles o Supremo - que decidiram a favor de sua entrega ao país escandinavo. Cinco dias depois, em 19 de junho, Julian Assange foi à embaixada equatoriana para pedir asilo político.

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