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Merkel reafirma política de asilo em mensagem de fim de ano

Na mensagem, que será divulgada com legendas em árabe, Merkel reconhece que a acolhida de novos imigrantes custará caro e exigirá esforços de integração


	Angela Merkel: "a grande tarefa atual que consiste em receber e integrar tanta gente é uma oportunidade para o amanhã"
 (Reuters / Fabrizio Bensch)

Angela Merkel: "a grande tarefa atual que consiste em receber e integrar tanta gente é uma oportunidade para o amanhã" (Reuters / Fabrizio Bensch)

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Da Redação

Publicado em 31 de dezembro de 2015 às 13h13.

Apesar das críticas na Europa e em seu país, a chanceler alemã, Angela Merkel, reafirma nesta quinta-feira sua política migratória e reitera que a chegada de mais de um milhão de refugiados é uma oportunidade para a Alemanha.

"Estou convencida de que, se for abordada corretamente, a grande tarefa atual que consiste em receber e integrar tanta gente é uma oportunidade para o amanhã", afirma Merkel na mensagem de fim de ano, que será transmitida na noite desta quinta-feira pela televisão e que foi comunicada antecipadamente à imprensa.

Na mensagem, que pela primeira vez será divulgada na internet com legendas em árabe, Merkel reconhece que a acolhida de novos imigrantes custará caro e exigirá esforços de integração.

Ao mesmo tempo, a chanceler pede unidade dos alemães e critica os discursos e a violência contra os imigrantes.

A líder também convoca os alemães a ignorar os que, "com frieza e inclusive com ódio em seus corações, reivindicam para si mesmos o direito exclusivo de ser considerados alemães e buscam marginalizar os demais".

Uma declaração considerada uma alusão ao movimento de extrema-direita Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente (PEGIDA).

Vinte e cinco anos depois da reunificação, a Alemanha é suficientemente forte para enfrentar o desafio da migração, porque "é evidente que devemos ajudar e receber os que buscam um refúgio em nosso país", afirma Merkel.

Essa declaração, após seu ano mais difícil desde que assumiu o poder, há uma década, constitui uma firme negativa aos que, inclusive dentro de seu próprio partido, a CDU, exigem uma mudança da política migratória.

Seus críticos, na Hungria, Polônia e em outros países, consideram que Merkel, ao abrir as fronteiras aos migrantes, precipitou a chegada maciça de refugiados de nações em guerra como Síria, Iraque ou Afeganistão.

Diante do descontentamento e das pesquisas em baixa, Merkel introduziu algumas modificações, endurecendo, em particular, as condições de asilo político.

Segundo o jornal Bild desta quinta-feira, o governo vai reintroduzir em janeiro a análise individual das demandas de asilo provenientes dos países em guerra, incluindo a Síria, para estabelecer com certeza a identidade e o lugar de origem de cada solicitante.

Na mensagem de fim de ano, Merkel indica que quer uma diminuição significativa da quantidade de migrantes acolhidos na Alemanha, que segundo a imprensa alcançou em 2015 o número recorde de 1,1 milhão.

Mas ao mesmo tempo reitera sua negativa em fechar as fronteiras ou em fixar um número máximo, como pede com insistência uma parte da opinião pública.

A chanceler aposta em uma solução de "contingentes" anuais negociados com a Turquia, de onde partem muitos dos refugiados em direção à Europa, que se repartiriam entre os países europeus, mas esta política divide profundamente a União Europeia (UE).

"O plano Merkel para resolver a crise é uma ilusão. Lutar contra as causas do êxodo? Na Síria e no Afeganistão a situação está longe de melhorar. Proteger as fronteiras externas da UE? Devemos para isso contar com o presidente autocrata turco Ergodan. E o plano de quotas de refugiados avança lentamente", opinou nesta quinta-feira o jornal alemão Die Welt.

O "2015 foi sem dúvida o ano de Angela Merkel, mas para ela o decisivo será 2016", prevê o jornal.

Em março serão realizadas três eleições regionais que servirão de teste. As pesquisas eleitorais preveem um aumento importante do movimento antirrefugiados "Alternativa para Alemanha".

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