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Merkel foi alvo de campanha de "desinformação" dos russos em 2016

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, lançou em 2015 a força-tarefa "East StratCom", encarregado de estudar essas operações russas

Merkel: em 15 meses, esse painel de especialistas identificou 2.500 exemplos em 18 idiomas de "histórias que contradizem atos disponíveis publicamente" (Getty/Getty Images)

Merkel: em 15 meses, esse painel de especialistas identificou 2.500 exemplos em 18 idiomas de "histórias que contradizem atos disponíveis publicamente" (Getty/Getty Images)

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AFP

Publicado em 23 de janeiro de 2017 às 22h57.

Em 2016, a chanceler alemã, Angela Merkel, foi um dos principais alvos da campanha de "desinformação" orquestrada pela Rússia, um dispositivo que pode se intensificar com a proximidade das eleições alemãs - disse uma fonte europeia, nesta segunda-feira (23), em Bruxelas.

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, lançou em 2015 a força-tarefa "East StratCom", encarregado de estudar as operações russas de "desinformação".

Formado por cerca de dez especialistas em comunicação que falam russo, o grupo analisa a difusão "orquestrada" por Moscou, por meio de "múltiplos canais, em tantos idiomas quanto for possível", de informações que podem servir a interesses russos - seja sobre o conflito ucraniano, sobre a crise migratória, ou sobre os atentados russos -, disse à imprensa uma fonte ligada ao caso.

Trata-se de detectar a estratégia de influência russa para poder contrabalançá-la, mas sem estabelecer uma "lista negra" de meios responsáveis, completou a mesma fonte.

Em 15 meses, desde o outono de 2015, esse painel de especialistas identificou 2.500 exemplos em 18 idiomas de "histórias que contradizem atos disponíveis publicamente".

Das agressões sexuais de Ano Novo em 2015, em Colônia, atribuídas a migrantes, "a desinformação se concentrou em Angela Merkel" e em sua suposta responsabilidade na crise migratória na UE, inclusive nos atentados, continuou a fonte.

"A campanha de desinformação é uma medida não militar para obter alvos políticos", pode-se ler no site do grupo .

"Para 2017, Alemanha e França já alertaram sobre uma ameaça de ataques de desinformação em relação às suas eleições, e vários serviços de segurança europeus falaram abertamente da ameaça de ações hostis dos russos", acrescenta a página on-line.

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