Mercados financeiros europeus gostam de acordo no G20
Associação que reúne os mercados do continente apoiou um novo marco regulatório no setor
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2010 às 13h52.
Londres - A Associação de Mercados Financeiros na Europa (AFME, na sigla em inglês) comemorou nesta sexta-feira o acordo da cúpula do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e os principais emergentes), em Seul de conseguir um regime regulador para as instituições financeiras.
"Damos as boas-vindas ao anúncio do G20 de levar adiante as recomendações do Comitê de Basileia. Desenvolver estas propostas foi uma peça substancial do trabalho para o Comitê, que enfrentava um calendário difícil", indicou a Associação.
Os líderes dos países ricos e emergentes adotaram os novos requisitos de capitalização estipulados em setembro pelo Comitê de Supervisão Bancária de Basileia, conhecidos como Basileia III, que vão representar um aumento dos requisitos sobre o capital ordinário das instituições financeiras de 2% a 7%.
A AFME ressaltou que "pelo que já conhecemos, parece claro que as propostas terão um impacto significativo no sistema financeiro global, que se transmitirá à economia global".
"A recente decisão de aplicar por fases alguns aspectos (das recomendações) significará um grande desafio tanto para a indústria como para os reguladores", assinalou a AFME em nota.
Os mercados, acrescentou o comunicado, consideram "crucial que o Comitê enfrente o mais rapidamente possível as questões extraordinárias que estão pendentes, com detalhes e aspectos sobre o ritmo de aplicação, de modo que a indústria de serviços financeiros possa começar a se preparar para o novo regime".
"A aplicação por fases será de ajuda, mas também gostaríamos de ver um calendário com revisões periódicas para garantir que essa aplicação aconteça de uma maneira consistente em todas as jurisdições e que se publiquem as revisões sobre seu impacto".
"Isto permitirá assegurar que os novos padrões se ajustem com rapidez para fazer frente a consequências não previstas", concluiu a associação que representa os mercados europeus.
A AFME ressaltou igualmente a necessidade de ter garantias que "o novo marco regulador dos mercados financeiros se complemente com um regime supervisor que seja mais eficaz".
"Uma supervisão reforçada, que permita aos supervisores ter mandatos claros, assim como a independência de ação e dispor dos instrumentos e recursos apropriados, é chave para poder dispor de um sistema sólido", indicou.
"Elogiamos o Conselho de Estabilidade Financeira por seu trabalho de colocar estas recomendações perante o G20", acrescentou a AFME.