"Eles me disseram para apertar o botão quando estivesse perto dos policiais", declarou a menina a respeito de seus sequestradores (AFP Banaras Khan)
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2011 às 20h56.
Eshawar - A polícia paquistanesa informou, na noite desta segunda-feira (hora local), ter detido uma menina de 9 anos que levava uma quantidade importante de explosivos e deveria cometer um atentado suicida em uma barreira policial, num distrito do noroeste do país, afetado pela rebelião islamita.
Nenhuma fonte independente pôde confirmar as intenções da menina, mas se as informações da polícia forem confirmadas, esta seria a primeira vez no Paquistão que uma menina é usada pelos rebeldes para cometer um atentado contra as forças de segurança.
Ela foi detida a uns cinquenta metros de uma barreira policial no subúrbio de Taimargara, principal cidade do distrito de Bas Dir, onde o exército realizou uma ofensiva em 2009 para desalojar os talibãs.
"Ela se comportou de forma estranha", declarou à AFP o chefe da polícia da região, Qazi Jamil-ur-Rehman.
"Levava oito quilos de explosivos, um peso muito grande para sua idade. Não passava de uma estudante inocente amedrontada. Ela está conosco e vamos tentar encontrar sua família", acrescentou.
Segundo a polícia, a menina contou ter sido levada alguns dias atrás a Peshawar, principal cidade do noroeste do Paquistão, e depois conduzida a Bas Dir, perto da fronteira afegã.
Ela apareceu diante das câmeras de televisão vestindo um uniforme de escola azul e branco. "Eles me disseram para apertar o botão quando estivesse perto dos policiais", declarou a respeito de seus sequestradores, durante entrevista coletiva.
Embora os atentados suicidas tenham sido múltiplos no Paquistão nos últimos anos, foram raramente cometidos por mulheres ou crianças, mesmo com a acusação frequente feita aos rebeldes de usarem camicases adolescentes.
Em 26 de dezembro do ano passado, uma mulher suicida vestindo uma burca matou 43 pessoas em um ponto de distribuição de ajuda alimentar das Nações Unidas em Khar, principal cidade do distrito tribal de Bajaur, na fronteira com o Afeganistão.
Desde 2007, o Paquistão é atormentado pela multiplicação de atentados, que mataram cerca de 4.500 pessoas em ataques atribuídos aos talibãs e seus aliados, que declararam guerra santa ao governo de Islamabad como revide a seu alinhamento com a estratégia americana na região.