Médica negra acusa Delta Airlines de racismo
Segundo Cross, ela se apresentou para socorrer o passageiro, mas a aeromoça continuadamente recusou sua ajuda por não acreditar que ela fosse médica
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2016 às 15h31.
Uma jovem médica negra descreveu uma cena lamentável de discriminação e racismo durante um voo pela companhia aérea Delta Airlines .
Tamika Cross, residente de obstetrícia e ginecologia na Universidade de Houston, no Texas, diz ter sofrido discriminação ao ter sua ajuda recusada durante uma emergência em um voo nos Estados Unidos.
Um homem, sentado próximo a Cross no avião, começou a se sentir mal e sua mulher gritou pedindo ajuda. A aeromoça, então, perguntou se havia algum médico a bordo.
Segundo a médica, ela se apresentou para socorrer o passageiro, mas a aeromoça continuadamente recusou sua ajuda por não acreditar que ela fosse médica.
“Tenho certeza de que muitas de minhas companheiras de trabalho jovens e negras norte-americanas poderão entender minha frustração quando digo que estou enojada de ser desrespeitada”, disse Cross em seu relato.
A obstetra e ginecologista alega que teve sua ajuda recusada por motivos de “raça, idade e discriminação de gênero”
"Levantei minha mão para mostrar à aeromoça que podia ajudar. Mas ela me disse 'Ah não, querida, pode abaixar a mão, estamos procurando médicos ou enfermeiros de verdade, ou algum tipo de profissional da área médica. Não temos tempo para falar com você'. Tentei dizer a ela que eu era uma médica, mas ela continuou me cortando com comentários condescendentes."
Logo depois os alto-falantes veicularam um novo pedido de ajuda. Cross voltou a se oferecer. A aeromoça perguntou: “É médica de verdade? Deixa eu ver suas credenciais. Que tipo de médica você é, onde trabalha e por que estava em Detroit? ”
Cross diz que se identificou e explicou que trabalhava em Houston e havia ido a um casamento em Detroit. Neste momento, um homem branco se aproximou e afirmou que era médico.
A aeromoça então disse à jovem médica: "Obrigada pela ajuda, mas ele pode nos ajudar e possui identificação."
"Ele não mostrou nada para ela. Simplesmente se apresentou e se encaixou na 'descrição de médico'. Fiquei sentada na minha poltrona, sem acreditar e com o sangue fervendo."
Cerca de 10 minutos depois, a aeromoça foi perguntar a Cross o que deveria ser feito para socorrer o passageiro. A jovem médica diz ter ficado bastante irritada com a assistente de voo, mas deu as dicas porque o homem não tinha nada a ver com a história e precisava de ajuda.
Depois a aeromoça pediu desculpas várias vezes e ofereceu milhas à médica. Ela diz ter recusado gentilmente.
"Não quero milhas em troca dessa flagrante discriminação. Isso vai além dela. Se foi por causa de raça, idade, discriminação de gênero, não é certo. Ela não vai se safar com o que aconteceu. E eu ainda vou ter minhas milhas aéreas”.
Outro lado
Em nota publicada em seu site, a Delta Airlines diz que está investigando o relato de Cross e que acusações de discriminação são tratadas com bastante seriedade pela companhia.
"A experiência que a dra. Cross descreveu não reflete os valores e a cultura dos funcionários da Delta. Estamos investigando o ocorrido. Procuramos a médica para uma conversa, conversamos com a equipe do voo e estamos entrando em contato com passageiros que estiveram a bordo para coletar o máximo de informações possível."
A empresa diz ainda que três médicos se apresentaram para ajudar no voo, e que apenas um ofereceu a documentação que comprovava a experiência como médico. Foi ele quem foi chamado para socorrer o passageiro.
"Nossas aeromoças são treinadas para coletar informação dos médicos voluntários. Quando a identificação médica não é possível, eles são instruídos a perguntar coisas como onde estudou medicina, ou pedir um cartão de visitas ou outras documentações.
O compromisso da Delta com a diversidade, inclusão e respeito aos clientes no mundo todo está enraizado nos valores e cultura da empresa. Como uma companhia global com diversidade na força de trabalho, servindo a clientes igualmente diversos, estamos comprometidos em tratar todos os passageiros com gentileza e respeito."
Uma jovem médica negra descreveu uma cena lamentável de discriminação e racismo durante um voo pela companhia aérea Delta Airlines .
Tamika Cross, residente de obstetrícia e ginecologia na Universidade de Houston, no Texas, diz ter sofrido discriminação ao ter sua ajuda recusada durante uma emergência em um voo nos Estados Unidos.
Um homem, sentado próximo a Cross no avião, começou a se sentir mal e sua mulher gritou pedindo ajuda. A aeromoça, então, perguntou se havia algum médico a bordo.
Segundo a médica, ela se apresentou para socorrer o passageiro, mas a aeromoça continuadamente recusou sua ajuda por não acreditar que ela fosse médica.
“Tenho certeza de que muitas de minhas companheiras de trabalho jovens e negras norte-americanas poderão entender minha frustração quando digo que estou enojada de ser desrespeitada”, disse Cross em seu relato.
A obstetra e ginecologista alega que teve sua ajuda recusada por motivos de “raça, idade e discriminação de gênero”
"Levantei minha mão para mostrar à aeromoça que podia ajudar. Mas ela me disse 'Ah não, querida, pode abaixar a mão, estamos procurando médicos ou enfermeiros de verdade, ou algum tipo de profissional da área médica. Não temos tempo para falar com você'. Tentei dizer a ela que eu era uma médica, mas ela continuou me cortando com comentários condescendentes."
Logo depois os alto-falantes veicularam um novo pedido de ajuda. Cross voltou a se oferecer. A aeromoça perguntou: “É médica de verdade? Deixa eu ver suas credenciais. Que tipo de médica você é, onde trabalha e por que estava em Detroit? ”
Cross diz que se identificou e explicou que trabalhava em Houston e havia ido a um casamento em Detroit. Neste momento, um homem branco se aproximou e afirmou que era médico.
A aeromoça então disse à jovem médica: "Obrigada pela ajuda, mas ele pode nos ajudar e possui identificação."
"Ele não mostrou nada para ela. Simplesmente se apresentou e se encaixou na 'descrição de médico'. Fiquei sentada na minha poltrona, sem acreditar e com o sangue fervendo."
Cerca de 10 minutos depois, a aeromoça foi perguntar a Cross o que deveria ser feito para socorrer o passageiro. A jovem médica diz ter ficado bastante irritada com a assistente de voo, mas deu as dicas porque o homem não tinha nada a ver com a história e precisava de ajuda.
Depois a aeromoça pediu desculpas várias vezes e ofereceu milhas à médica. Ela diz ter recusado gentilmente.
"Não quero milhas em troca dessa flagrante discriminação. Isso vai além dela. Se foi por causa de raça, idade, discriminação de gênero, não é certo. Ela não vai se safar com o que aconteceu. E eu ainda vou ter minhas milhas aéreas”.
Outro lado
Em nota publicada em seu site, a Delta Airlines diz que está investigando o relato de Cross e que acusações de discriminação são tratadas com bastante seriedade pela companhia.
"A experiência que a dra. Cross descreveu não reflete os valores e a cultura dos funcionários da Delta. Estamos investigando o ocorrido. Procuramos a médica para uma conversa, conversamos com a equipe do voo e estamos entrando em contato com passageiros que estiveram a bordo para coletar o máximo de informações possível."
A empresa diz ainda que três médicos se apresentaram para ajudar no voo, e que apenas um ofereceu a documentação que comprovava a experiência como médico. Foi ele quem foi chamado para socorrer o passageiro.
"Nossas aeromoças são treinadas para coletar informação dos médicos voluntários. Quando a identificação médica não é possível, eles são instruídos a perguntar coisas como onde estudou medicina, ou pedir um cartão de visitas ou outras documentações.
O compromisso da Delta com a diversidade, inclusão e respeito aos clientes no mundo todo está enraizado nos valores e cultura da empresa. Como uma companhia global com diversidade na força de trabalho, servindo a clientes igualmente diversos, estamos comprometidos em tratar todos os passageiros com gentileza e respeito."