Mundo

May defende armamento nuclear como "último seguro"

Os parlamentares emitirão um voto não vinculativo ao término da sessão sobre a renovação do programa de submarinos nucleares


	May: a primeira-ministra britânica ressaltou que seu governo está comprometido a manter o compromisso com a Otan
 (Toby Melville / Reuters)

May: a primeira-ministra britânica ressaltou que seu governo está comprometido a manter o compromisso com a Otan (Toby Melville / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2016 às 14h06.

Londres - A primeira-ministra britânica, Theresa May, defendeu nesta segunda-feira no parlamento a necessidade do Reino Unido renovar seu programa de armas nucleares como "último seguro" contra as ameaças que o país e seus aliados poderiam enfrentar no futuro.

"Durante mais de meio século, um de nossos submarinos esteve patrulhando constantemente os oceanos sem ser visto e nem detectado, completamente armado. Esse é nosso último seguro em caso de um ataque nuclear", disse May na câmara dos Comuns.

Os parlamentares emitirão um voto não vinculativo ao término da sessão sobre a renovação do programa de submarinos nucleares conhecido como Trident, um plano com um custo estimado de 31 bilhões de libras.

A primeira-ministra britânica ressaltou que seu governo está comprometido a manter o compromisso com a Otan de dedicar 2% do orçamento nacional à defesa.

May afirmou que o Reino Unido deve continuar sendo uma das cinco potências nucleares amparadas pelo Tratado de Não-Proliferação Nuclear -junto com os Estados Unidos, França, Rússia e China- não só por sua própria segurança, mas pela de seus aliados.

"O Reino Unido vai deixar a União Europeia (UE), mas não vai deixar a Europa. Não vamos deixar para trás nossos aliados europeus e da Otan", disse a chefe do governo britânico.

"Muitos países que assinaram o tratado (de não-proliferação) nos anos 60 fizeram porque entendiam que estavam protegidos pela Otan, o que inclui o programa de dissuasão nuclear britânico", apontou May.

A deputada do Partido Verde Caroline Lucas questionou o ponto de vista de May.

"Se manter e renovar nossas armas nucleares é tão vital para nossa segurança nacional, então deve a senhora aceitar a lógica que todos os demais países deveriam tentar possuir armas nucleares também", afirmou.

"Não, não aceito em absoluto -respondeu a primeira-ministra. Tristemente, o senhor e alguns membros do Partido Trabalhista parecem ser os primeiros a defender os inimigos de nosso país e os últimos a aceitarem as ferramentas que necessitamos".

O líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, se posicionou contra a renovação do Trident, apesar de dar liberdade de voto aos deputados de sua formação.

"A moção de hoje tem um enorme importância para este país e para o mundo", disse Corbyn, que pôs em dúvida a utilidade do Reino Unido possuir "armas de destruição em massa", ao mesmo tempo que criticou "a enorme quantidade de fundos necessários" para construir quatro novos submarinos nucleares. 

Acompanhe tudo sobre:Armas químicasEnergiaEnergia nuclearEuropaInfraestruturaPaíses ricosReino Unido

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru