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Mauricio Macri é nomeado presidente executivo da Fundação Fifa

Fundação é responsável por iniciativas de educação e valores positivos através do esporte

Macri: ex-presidente da Argentina e do Boca afirmou ser "uma enorme honra e satisfação" (Marcos Brindicci/Reuters)

Macri: ex-presidente da Argentina e do Boca afirmou ser "uma enorme honra e satisfação" (Marcos Brindicci/Reuters)

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EFE

Publicado em 28 de janeiro de 2020 às 17h03.

Genebra —  O ex-presidente da Argentina Mauricio Macri foi nomeado nesta terça-feira presidente executivo da Fundação Fifa pelo conselho de diretores da entidade, cuja missão é promover a educação e valores positivos através do esporte.

"Macri tem o perfil ideal para liderar este projeto, que quer pôr o futebol a serviço da sociedade", destacou o mandatário da Fifa, Gianni Infantino, em um comunicado da organização.

Infantino acrescentou que a experiência de Macri como presidente da Argentina (2015-2019), e antes como presidente do Boca Juniors (1995-2007), permitirá à Fundação Fifa intensificar o trabalho e ampliar o escopo de ação para contribuir para melhorias sociais em todo o mundo.

O político, por sua vez, afirmou ser "uma enorme honra e satisfação" ser nomeado chefe da fundação, com a qual poderá combinar as suas três paixões. "Educação, futebol e trabalho para os jovens, para que tenham um futuro melhor", salientou.

"Esta nomeação é também graças à Argentina, que deu e continua dando a este esporte maravilhoso lendas únicas, acontecimentos que ficarão para sempre na história do futebol e torcedores que se fazem sentir em todo o planeta", acrescentou o ex-presidente.

A Fifa destacou que Macri liderou a era de maior sucesso do Boca, durante a qual os 'xeneizes' conquistaram 17 títulos, e lembrou que, como chefe de governo conseguiu que a cidade de Buenos Aires fosse eleita sede dos Jogos Olímpicos da Juventude, em 2018.

A fundação, que tem como diretor geral o ex-jogador francês Youri Djorkaeff, tem como principal projeto o programa Futebol para As Escolas, lançado em 2019 com um orçamento de US$ 100 milhões. O projeto também visa levantar mais US$ 1 bilhão com parceiros em todo o mundo para financiar projetos educacionais.

Escolha mal vista na Argentina

A escolha de Macri para a a Fundação Fifa gerou uma onda de críticas na Argentina. Os presidentes de River Plate, Rodolfo D'Onofrio, Boca Juniors, Jorge Amor Ameal, e San Lorenzo, Marcelo Tinelli, se pronunciaram contra a nomeação, assim como a federação de futebol do país (AFA).

"É lamentável que o ex-presidente que nos deixou uma dívida quase impagável, mais de 50% de pobreza, inimigo da sociedade civil no futebol e responsável pelos últimos quatro anos na gestão do futebol argentino tenha sido nomeado para dirigir a Fundação Fifa", escreveu D'Onofrio no Twitter.

"Acho lamentável que uma pessoa que, sem qualquer vergonha e sendo presidente, disse aos seus colaboradores que os mercados não nos dariam mais dinheiro e que fôssemos à merda seja nomeado pela Fifa. Triste notícia para aqueles de nós que amamos futebol", reclamou Tinelli.

Ameal, que assumiu a presidência do Boca em dezembro, afirmou que a federação internacional deveria ter conversado com representantes dos clubes profissionais do futebol argentino antes de nomear Macri.

"O presidente da Fifa deveria ter consultado todos os clubes. Eu não concordo de jeito nenhum. Os líderes políticos têm de se dedicar à política, e os líderes desportivos têm de se dedicar aos clubes. Acho que a Fifa não é um prêmio de consolação", disse em entrevista à "Rádio Nacional", de Buenos Aires.

Já a AFA se posicionou oficialmente, através de um comunicado, no qual a entidade se diz surpresa com a escolha de Infantino pelo ex-presidente, derrotado pela chapa de Alberto Fernández e Cristina Kirchner no ano passado, quando tentou a reeleição.

"Tendo em conta nosso caráter de membro da Fifa e a importância da referida nomeação, nos cabe manifestar que a mesma é estranha à vontade desta Associação do Futebol Argentino, assumindo por tal motivo nosso dever de julgar como inadequada sua designação", afirma a nota.

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