Massacre acontece na Síria e EUA consideram armar rebeldes
A oposição síria denunciou nesta sexta-feira um massacre em um povoado sunita da zona alauita do país, minoria à qual pertence Assad
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2014 às 13h23.
Damasco - A oposição síria denunciou nesta sexta-feira um massacre em um povoado sunita da zona alauita do país, minoria à qual pertence o presidente Bashar al-Assad, horas depois de os Estados Unidos considerarem publicamente a possibilidade de armar os rebeldes.
Os combates alcançaram na quinta-feira pela primeira vez a cidade portuária de Banias, na província de Tartus que constitui, junto com a vizinha Latakia, o coração da zona alauita onde, segundo alguns analistas, o presidente Assad poderia se refugiar caso seu regime fosse deposto.
Nesta sexta, o exército síro bombardeou bairros sunitas em Banias, segundo o diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
"O regime não autorizará a presença de rebeldes nesta região", afirmou Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH, que informou sobre a morte de ao menos 50 pessoas, em sua imensa maioria civis, no primeiro dia de confrontos.
A ONG informa que estas mortes são o resultado de execuções sumárias e de bombardeios na aldeia de Bayda, um subúrbio sunita na periferia sul de Banias.
A Coalizão da oposição síria denunciou em um comunicado um massacre em grande escala, sobretudo de mulheres e crianças.
Segundo o OSDH, uma ONG com uma rede de informantes composta por ativistas e fontes militares e médicas, o exército sírio e seus milicianos "executaram a tiros, apunhalaram ou queimaram" suas vítimas.
A Coalizão convocou a Liga Árabe e as Nações Unidas a agir e acusou o regime de "crimes de guerra e genocídio".
"Dezenas de civis de Bayda estão desaparecidos, não se sabe se foram detidos, se os mataram ou se conseguiram fugir", disse o OSDH.
O regime afirmou, por sua vez, que matou terroristas em Bayda e em outras regiões povoadas por sunitas, confissão a qual pertence 80% da população e a maioria dos rebeldes.
O regime sírio e os meios de comunicação oficiais se referem aos insurgentes como terroristas.
Já em Damasco, um grupo de rebeldes disparou nesta sexta-feira dois foguetes contra o aeroporto internacional local, atingindo um avião na pista de pouso e um depósito de querosene que se incendiou, anunciou a agência de notícias oficial do país Sana.
Os rebeldes reivindicaram em várias ocasiões os ataques contra o aeroporto, mas é a primeira vez que os meios de comunicação oficiais informam sobre um ataque.
"Um dos dois foguetes atingiu um depósito de querosene e o outro atingiu um dos aviões comerciais estacionados na pista que sofreu grandes danos", disse a agência, que relatou que o tráfego aéreo era normal e que o incêndio foi controlado.
Mais de dois anos após a explosão, em março de 2011, de uma revolta popular contra o regime sírio que se converteu em guerra civil com confrontos sectários, os Estados Unidos já não descartam a possibilidade de armar os rebeldes, para os quais fornecem até agora ajuda humanitária e não letal.
O secretário americano de Defesa, Chuck Hagel, falou na quinta-feira sobre esta possibilidade, mas ressaltou que "isso não quer dizer que vamos fazer isso ou que queremos fazer. São opções que precisam ser estudadas com os aliados, com a comunidade internacional".
Seu colega britânico, Philip Hammond, disse que seu país não havia fornecido armas aos rebeldes, mas acrescentou: "Nunca dissemos que não o faremos".
Consultado sobre as declarações de seu ministro, o presidente americano Barack Obama afirmou que são avaliadas todas as opções, sobretudo porque se multiplicam "os sinais de derramamento de sangue e de possível uso de armas químicas na Síria".
Mas, acrescentou, "antes de tomar uma decisão queremos garantir que isto melhorará realmente a situação e não vai fazer com que seja ainda mais complicada e sangrenta".
No plano diplomático, num momento em que não se vislumbra nenhuma saída para o conflito devido às divisões internacionais, Rússia e China, aliados da Síria, bloqueiam qualquer resolução que condene o regime.
O emissário da ONU e da Liga Árabe planeja renunciar, segundo um de seus colaboradores. No entanto, Lakhdar Brahimi não tomará nenhuma decisão antes de meados de maio, afirmou a fonte.
O regime sírio o acusa de ser parcial e nega-se a cooperar com ele em sua qualidade de emissário da Liga Árabe, já que esta organização atribuiu o assento da Síria à oposição.
Damasco - A oposição síria denunciou nesta sexta-feira um massacre em um povoado sunita da zona alauita do país, minoria à qual pertence o presidente Bashar al-Assad, horas depois de os Estados Unidos considerarem publicamente a possibilidade de armar os rebeldes.
Os combates alcançaram na quinta-feira pela primeira vez a cidade portuária de Banias, na província de Tartus que constitui, junto com a vizinha Latakia, o coração da zona alauita onde, segundo alguns analistas, o presidente Assad poderia se refugiar caso seu regime fosse deposto.
Nesta sexta, o exército síro bombardeou bairros sunitas em Banias, segundo o diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
"O regime não autorizará a presença de rebeldes nesta região", afirmou Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH, que informou sobre a morte de ao menos 50 pessoas, em sua imensa maioria civis, no primeiro dia de confrontos.
A ONG informa que estas mortes são o resultado de execuções sumárias e de bombardeios na aldeia de Bayda, um subúrbio sunita na periferia sul de Banias.
A Coalizão da oposição síria denunciou em um comunicado um massacre em grande escala, sobretudo de mulheres e crianças.
Segundo o OSDH, uma ONG com uma rede de informantes composta por ativistas e fontes militares e médicas, o exército sírio e seus milicianos "executaram a tiros, apunhalaram ou queimaram" suas vítimas.
A Coalizão convocou a Liga Árabe e as Nações Unidas a agir e acusou o regime de "crimes de guerra e genocídio".
"Dezenas de civis de Bayda estão desaparecidos, não se sabe se foram detidos, se os mataram ou se conseguiram fugir", disse o OSDH.
O regime afirmou, por sua vez, que matou terroristas em Bayda e em outras regiões povoadas por sunitas, confissão a qual pertence 80% da população e a maioria dos rebeldes.
O regime sírio e os meios de comunicação oficiais se referem aos insurgentes como terroristas.
Já em Damasco, um grupo de rebeldes disparou nesta sexta-feira dois foguetes contra o aeroporto internacional local, atingindo um avião na pista de pouso e um depósito de querosene que se incendiou, anunciou a agência de notícias oficial do país Sana.
Os rebeldes reivindicaram em várias ocasiões os ataques contra o aeroporto, mas é a primeira vez que os meios de comunicação oficiais informam sobre um ataque.
"Um dos dois foguetes atingiu um depósito de querosene e o outro atingiu um dos aviões comerciais estacionados na pista que sofreu grandes danos", disse a agência, que relatou que o tráfego aéreo era normal e que o incêndio foi controlado.
Mais de dois anos após a explosão, em março de 2011, de uma revolta popular contra o regime sírio que se converteu em guerra civil com confrontos sectários, os Estados Unidos já não descartam a possibilidade de armar os rebeldes, para os quais fornecem até agora ajuda humanitária e não letal.
O secretário americano de Defesa, Chuck Hagel, falou na quinta-feira sobre esta possibilidade, mas ressaltou que "isso não quer dizer que vamos fazer isso ou que queremos fazer. São opções que precisam ser estudadas com os aliados, com a comunidade internacional".
Seu colega britânico, Philip Hammond, disse que seu país não havia fornecido armas aos rebeldes, mas acrescentou: "Nunca dissemos que não o faremos".
Consultado sobre as declarações de seu ministro, o presidente americano Barack Obama afirmou que são avaliadas todas as opções, sobretudo porque se multiplicam "os sinais de derramamento de sangue e de possível uso de armas químicas na Síria".
Mas, acrescentou, "antes de tomar uma decisão queremos garantir que isto melhorará realmente a situação e não vai fazer com que seja ainda mais complicada e sangrenta".
No plano diplomático, num momento em que não se vislumbra nenhuma saída para o conflito devido às divisões internacionais, Rússia e China, aliados da Síria, bloqueiam qualquer resolução que condene o regime.
O emissário da ONU e da Liga Árabe planeja renunciar, segundo um de seus colaboradores. No entanto, Lakhdar Brahimi não tomará nenhuma decisão antes de meados de maio, afirmou a fonte.
O regime sírio o acusa de ser parcial e nega-se a cooperar com ele em sua qualidade de emissário da Liga Árabe, já que esta organização atribuiu o assento da Síria à oposição.