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Martins: imprensa agiu movida por 'interesses políticos'

A poucos dias de entregar o cargo, Franklin Martins, ministro da Secretaria de Comunicação, afirma que a imprensa agiu em dobradinha com a oposição

Martins: "noticiário foi movido pela má vontade com o governo" (Rooswelt Pinheiro /AGÊNCIA BRASIL)

Martins: "noticiário foi movido pela má vontade com o governo" (Rooswelt Pinheiro /AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2010 às 17h38.

São Paulo - Ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, o jornalista Franklin Martins acusou a imprensa de agir movida por "interesses políticos", de atuar em dobradinha com a oposição, de ter perdido em determinado período "a noção do que é certo e do que é errado" e de ter feito um "jornalismo da pior qualidade". As declarações foram dadas em entrevista ao site Congresso em Foco.

A poucos dias de deixar o cargo, Franklin criticou ainda o comportamento da imprensa, sobretudo do que ele chama de "jornalões", com relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O secretário chamou de "ataques da imprensa" as denúncias de corrupção noticiadas nos oito anos de mandato do presidente Lula. Segundo ele, o noticiário foi movido "pela má vontade com governo, desproporcional aos erros do governo".

Na análise que faz da imprensa, situando-se, como disse, "do lado de lá do balcão", ele acusa os jornais de boicotarem números sobre a aprovação do governo Lula. "O governo terminou com aprovação de 80%. Lula, 87%. E os jornais estão vendendo menos do que vendiam antes", afirmou.

O ministro negou a intenção de censurar a imprensa por meio do marco regulatório para a comunicação eletrônica, mas defende a existência de normas sobre o que deve ou não ser divulgado. "Há certas normas, há certas obrigações que devem ser contempladas e isso se faz no mundo inteiro e ninguém nunca achou que é censura", defendeu. E adianta que no anteprojeto de lei que entregará à presidente eleita, Dilma Rousseff, estarão contemplados, entre outros, "o pluralismo, equilíbrio e respeito à privacidade das pessoas".

"O problema no Brasil é que existem os fantasmas. Então se tira o fantasma do sótão e se bota para ver se, com isso, se impede ou se dificulta ou, digamos assim, se baliza a discussão sobre marco regulatório. Esse é o problemas que vivemos hoje em dia", concluiu.

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