Mundo

Mark Ruffalo critica Lula e reclama da falta de metas concretas para proteção da Amazônia

Ator comparou as ações do chefe de Estado com as medidas ambientais do presidente colombiano Gustavo Petro

Mark Ruffalo: ator de "Vingadores" é engajado em pautas de meio ambiente  (Mike Coppola / Equipe/Getty Images)

Mark Ruffalo: ator de "Vingadores" é engajado em pautas de meio ambiente (Mike Coppola / Equipe/Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 10 de agosto de 2023 às 19h23.

Última atualização em 10 de agosto de 2023 às 19h36.

O ator hollywodiano Mark Ruffalo, que fez campanha a favor de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022, criticou nesta quinta-feira, 10, o presidente e as deliberações que resultaram da Cúpula da Amazônia. Para o intérprete do Hulk nos filmes dos estúdios Marvel, faltam "metas concretas" para combater o desmatamento da Floresta Amazônica.

"O senhor é um dos meus heróis, Lula, mas me parte o coração ver que a Declaração de Belém da Cúpula da Amazônia não tem metas concretas para proteger a floresta. A emergência para proteger a Amazônia é uma emergência climática — e nós não temos tempo a perder", disse nas redes sociais.

Fique por dentro das últimas notícias no Telegram da Exame. Inscreva-se gratuitamente

O evento começou na última terça-feira, 8, e reuniu todos os países em que está a Floresta Amazônica — Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, além do Brasil. No primeiro dia, foi lançada a Declaração de Belém, um protocolo com metas para os países signatários. O documento não colocou o desmatamento zero como meta e tampouco elencou o fim da exploração do petróleo na região como horizonte.

Ruffalo usou como exemplo as ações do presidente colombiano, Gustavo Petro. "A Colômbia, sob comando de Petro, é a primeira nação amazônica a seguir o que a ciência recomenda — a meta de proteger 80% da floresta até 2025, e um pedido para interromper a extração de petróleo na Amazônia", disse o ator.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, falou sobre a postura da Colômbia. "A posição da Colômbia não é divergente, não temos posições diferentes, mas cada país deve seguir [a descarbonização] no ritmo que estiver a seu alcance."

No Brasil, a exploração do petróleo na foz do Rio Amazonas foi mote de uma queda de braço entre a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O Ibama, órgão vinculado à pasta de Marina, indeferiu em maio o pedido de licenciamento feito pela Petrobras para perfurar a região. A companhia segue recorrendo da decisão e o impasse permanece sem um desfecho.

A própria ministra minimizou a falta de consenso entre os países da Cúpula da Amazônia sobre a meta de zerar o desmatamento. "O Brasil já tem esse compromisso e nós vamos continuar o perseguindo. O processo de negociação é sempre um processo mediado, porque ninguém pode impor sua vontade a ninguém, então os consensos são progressivos. À medida que temos alguns consensos, a gente vai botando no documento. Todos os países, todos os presidentes concordam que a Amazônia não pode passar do ponto de não retorno", disse Marina no programa "Bom dia, ministro", da EBC.

Nas publicações feitas nesta quinta, Ruffalo pediu a Lula que leve as demandas de proteção à Amazônia para a Assembleia Geral da ONU, marcada para o dia 15 de setembro, e cobrou ação do presidente. "Seja corajoso."

"Milhões de anos de uma evolução preciosa nos levaram até esse momento sem precedentes, quando semanas antes da Assembleia Geral, o senhor [Lula] pode mudar o nosso destino. Seja corajoso. Nós estamos com você — e estamos de olho. Vamos fazer isso."

Acompanhe tudo sobre:Meio ambienteMudanças climáticasLuiz Inácio Lula da Silva

Mais de Mundo

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal