Mario Monti é o homem que devolveu a credibilidade à Itália
Mario Monti representa uma aposta "europeia" que buscará retomar o crescimento do país com a prioridade de manter o rigor orçamentário
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
Roma - Considerado em nível internacional como o homem que devolveu a credibilidade à Itália , Mario Monti representa uma aposta "europeia" que buscará retomar o crescimento do país com a prioridade de manter o rigor orçamentário após as eleições marcadas para os dias 24 e 25 de fevereiro.
Convocado para entrar na primeira linha política em novembro de 2011, ele sucedeu Silvio Berlusconi, que renunciou de forma antecipada a seu cargo de primeiro-ministro em um momento no qual o país gerava receio por causa de suas contas públicas.
Aos 69 anos, o conselheiro sênior da Goldman Sachs, renomado por sua trajetória acadêmica como economista, durante a qual chegou a ser reitor da prestigiada Universidade Bocconi de Milão, Monti, ex-comissário europeu entre 1994 e 2004, estabeleceu a austeridade determinada pela Europa como uma cura necessária para obter, em uma segunda fase, o crescimento.
Ele se posicionou fora de qualquer interesse partidário e se apresentou como o líder de um governo com a coragem de realizar as duras reformas necessárias para o país, ao contrário de seus antecessores, condicionados pela aprovação das urnas.
Com um estilo sóbrio e afastado das estridências de Berlusconi, Monti conseguiu que a Itália recuperasse pouco a pouco a confiança perdida com medidas destinadas a acabar com o desperdício e com reformas que assentassem as bases para reforçar o crescimento, e tentou manter sempre essa atitude de técnico chamado para solucionar a crise.
No entanto, após sua decisão de concorrer a um segundo mandato, anunciada no final de dezembro do ano passado após apresentar sua renúncia como primeiro-ministro, ele foi abandonando pouco a pouco essa linha para entrar de cabeça na disputa eleitoral, recorrendo a velhos estratagemas como ataques frontais a seus adversários e até mesmo a desqualificações pessoais.
Com uma campanha com várias aparições na TV e de forte presença nas redes sociais, Monti usou em várias ocasiões a carta de prestígio que tem na Europa e argumentou que a ação de seu governo salvou a Itália do desastre. Além disso, apresentou-se como o único capaz de seguir adiante nesse caminho de saneamento e de credibilidade recuperada.
Em sua aspiração de conquistar um segundo mandato como presidente do governo, que definiu como "um ato de responsabilidade com o país", o ex-comissário europeu entrou na batalha eleitoral como líder de uma coalizão de partidos de centro e prestando seu apoio à chapa "Escolha Cívica com Monti para a Itália", formada exclusivamente por representantes da sociedade civil.
No entanto, sua decisão de continuar na política não esteve isenta de anomalias, já que apesar de concorrer à presidência do governo, seu nome não aparecerá como candidato nas listas eleitorais devido ao fato de, por sua condição de senador vitalício, já contar com uma cadeira no Parlamento e não poder concorrer a outra.
Monti apresentou sua iniciativa como o desejo de ser um ponto de encontro de reformistas de qualquer corrente política, destinada a superar as dinâmicas de partido vistas até agora na Itália, centradas na dicotomia esquerda-direita.
Entre as prioridades de seu programa estão o trabalho, com especial atenção aos jovens; a reforma da Justiça para lutar contra a corrupção endêmica, e a necessidade de reforçar o papel da mulher, assim como uma agenda para o sul do país, com o objetivo de diminuir as diferenças de desenvolvimento que existem com o norte.
Monti abriu, além disso, a porta à possibilidade de diminuir a pressão fiscal e reduzir os impostos regionais sobre a produção, assim como de estabelecer mudanças no imposto imobiliário sobre o primeiro imóvel - reintroduzido por seu governo - aceitando uma maior progressividade na taxa.
Católico conservador, casado e com dois filhos, ele declarou que a família está fundamentada no casamento e constituída "por um homem e uma mulher", assim como rejeitou a adoção para os casais do mesmo sexo.
Com pesquisas que o situam como a terceira ou quarta força do país, na última parte da campanha eleitoral, ciente de que é visto como uma pessoa fria, tentou mostrar seu lado mais humano, com entrevistas de caráter pessoal nas quais se mostrou relaxado, permitindo-se beber uma cerveja e adotando um cachorro ao vivo em um programa de televisão.
Roma - Considerado em nível internacional como o homem que devolveu a credibilidade à Itália , Mario Monti representa uma aposta "europeia" que buscará retomar o crescimento do país com a prioridade de manter o rigor orçamentário após as eleições marcadas para os dias 24 e 25 de fevereiro.
Convocado para entrar na primeira linha política em novembro de 2011, ele sucedeu Silvio Berlusconi, que renunciou de forma antecipada a seu cargo de primeiro-ministro em um momento no qual o país gerava receio por causa de suas contas públicas.
Aos 69 anos, o conselheiro sênior da Goldman Sachs, renomado por sua trajetória acadêmica como economista, durante a qual chegou a ser reitor da prestigiada Universidade Bocconi de Milão, Monti, ex-comissário europeu entre 1994 e 2004, estabeleceu a austeridade determinada pela Europa como uma cura necessária para obter, em uma segunda fase, o crescimento.
Ele se posicionou fora de qualquer interesse partidário e se apresentou como o líder de um governo com a coragem de realizar as duras reformas necessárias para o país, ao contrário de seus antecessores, condicionados pela aprovação das urnas.
Com um estilo sóbrio e afastado das estridências de Berlusconi, Monti conseguiu que a Itália recuperasse pouco a pouco a confiança perdida com medidas destinadas a acabar com o desperdício e com reformas que assentassem as bases para reforçar o crescimento, e tentou manter sempre essa atitude de técnico chamado para solucionar a crise.
No entanto, após sua decisão de concorrer a um segundo mandato, anunciada no final de dezembro do ano passado após apresentar sua renúncia como primeiro-ministro, ele foi abandonando pouco a pouco essa linha para entrar de cabeça na disputa eleitoral, recorrendo a velhos estratagemas como ataques frontais a seus adversários e até mesmo a desqualificações pessoais.
Com uma campanha com várias aparições na TV e de forte presença nas redes sociais, Monti usou em várias ocasiões a carta de prestígio que tem na Europa e argumentou que a ação de seu governo salvou a Itália do desastre. Além disso, apresentou-se como o único capaz de seguir adiante nesse caminho de saneamento e de credibilidade recuperada.
Em sua aspiração de conquistar um segundo mandato como presidente do governo, que definiu como "um ato de responsabilidade com o país", o ex-comissário europeu entrou na batalha eleitoral como líder de uma coalizão de partidos de centro e prestando seu apoio à chapa "Escolha Cívica com Monti para a Itália", formada exclusivamente por representantes da sociedade civil.
No entanto, sua decisão de continuar na política não esteve isenta de anomalias, já que apesar de concorrer à presidência do governo, seu nome não aparecerá como candidato nas listas eleitorais devido ao fato de, por sua condição de senador vitalício, já contar com uma cadeira no Parlamento e não poder concorrer a outra.
Monti apresentou sua iniciativa como o desejo de ser um ponto de encontro de reformistas de qualquer corrente política, destinada a superar as dinâmicas de partido vistas até agora na Itália, centradas na dicotomia esquerda-direita.
Entre as prioridades de seu programa estão o trabalho, com especial atenção aos jovens; a reforma da Justiça para lutar contra a corrupção endêmica, e a necessidade de reforçar o papel da mulher, assim como uma agenda para o sul do país, com o objetivo de diminuir as diferenças de desenvolvimento que existem com o norte.
Monti abriu, além disso, a porta à possibilidade de diminuir a pressão fiscal e reduzir os impostos regionais sobre a produção, assim como de estabelecer mudanças no imposto imobiliário sobre o primeiro imóvel - reintroduzido por seu governo - aceitando uma maior progressividade na taxa.
Católico conservador, casado e com dois filhos, ele declarou que a família está fundamentada no casamento e constituída "por um homem e uma mulher", assim como rejeitou a adoção para os casais do mesmo sexo.
Com pesquisas que o situam como a terceira ou quarta força do país, na última parte da campanha eleitoral, ciente de que é visto como uma pessoa fria, tentou mostrar seu lado mais humano, com entrevistas de caráter pessoal nas quais se mostrou relaxado, permitindo-se beber uma cerveja e adotando um cachorro ao vivo em um programa de televisão.