Manila, a vítima esquecida da Segunda Guerra Mundial
Poucos sabem que a capital das Filipinas foi cena de algumas das mais cruéis batalhas da Segunda Guerra Mundial
Da Redação
Publicado em 18 de novembro de 2013 às 08h28.
Manila - Poucos sabem que a capital das Filipinas foi cena de algumas das mais cruéis batalhas da Segunda Guerra Mundial, e uma importante mostra disso é o Cemitério Americano de Manila, a grande necrópole que os Estados Unidos dedicam aos soldados mortos no Pacífico.
Mais de 17.200 militares que lutaram para as Forças Armadas americanas na Segunda Guerra Mundial estão enterrados neste local, uma verde esplanada de cerca de 62 hectares cheia de túmulos de mármore branco.
O cemitério, situado no distrito de Fort Bonifacio, conta com um prédio circular em cujas paredes estão gravados os nomes de outros 36.236 soldados desaparecidos em combate nas batalhas que ocorreram na região sudoeste do Pacífico.
A seu redor estão mais de 17.200 túmulos, distribuídos com precisão milimétrica para formar circunferências perfeitas em um gramado imaculado que é cuidado por mais de 30 jardineiros.
"Recebemos cerca de 600 visitantes por dia, dos quais muitos são americanos, e alguns são parentes de soldados que foram enterrados aqui", explica orgulhosa a guia do Cemitério Americano, Hernie Leliz, que está há mais de duas décadas trabalhando no local.
No entanto, os mais de 17.200 soldados enterrados são apenas 39% dos militares cujos corpos puderam ser recuperados, já que os outros 61% foram repatriados a pedido dos familiares.
O Cemitério Americano é um dos poucos lugares em Manila que lembra o horror e a destruição vivida na capital das Filipinas durante a Segunda Guerra Mundial, que explodiu no país horas depois do famoso ataque sobre a base americana de Pearl Harbour por parte dos japoneses, em 7 de dezembro de 1941.
As Filipinas, que até então eram território dos EUA, foram ocupadas pelos japoneses e mantidas até 1945, com o brutal bombardeio de Manila.
Mais de 100 mil civis morreram na batalha conhecida como a libertação de Manila em uma combinação do bombardeio americano e as ações desesperadas dos soldados japoneses, que tinham recebido ordens de matar o maior número de filipinos possível.
Manila ficou arrasada, seis das sete catedrais da área histórica foram destruídas, e se transformou assim na segunda cidade aliada que maior destruição sofreu na Segunda Guerra Mundial, só atrás de Varsóvia.
Uma história que, segundo o ator e ativista cultural filipino Carlos Celdrán, ainda continua afetando os cidadãos do país.
"Embora represente que ganhamos a guerra, perdemos nossa história, nossa identidade e, basicamente, nosso passado", aponta Celdrán, que dedica parte de seu tempo a tentar reavivar a memória dos filipinos com tours pelo Intramuros, a área mais histórica de Manila.
"Depois da guerra, e como a cidade estava tão destruída, cheia de corpos e doenças, os americanos basicamente arrasaram com escavadeiras todo o Intramuros e o jogaram ao rio Pasig", explica Celdrán.
"Portanto, após 1945 e até a década de 80 - acrescenta o ativista -, Intramuros se transformou em um desses lugares aonde o povo vem simplesmente para jogar lixo, inclusive cadáveres".
Segundo Celdrán, os cidadãos de Manila estão "começando a perceber somente agora o que significa Intramuros para a história das Filipinas".
Além disso, a participação das Filipinas na Segunda Guerra Mundial em consequência de ser uma colônia americana "cria uma crise de identidade para os filipinos".
"Sabemos que a cultura americana é o que queremos ser, mas também somos conscientes do quanto foi prejudicial para nós estar sob essa força colonial".
"Nós gostamos deles, mas ao mesmo tempo os odiamos".
Manila - Poucos sabem que a capital das Filipinas foi cena de algumas das mais cruéis batalhas da Segunda Guerra Mundial, e uma importante mostra disso é o Cemitério Americano de Manila, a grande necrópole que os Estados Unidos dedicam aos soldados mortos no Pacífico.
Mais de 17.200 militares que lutaram para as Forças Armadas americanas na Segunda Guerra Mundial estão enterrados neste local, uma verde esplanada de cerca de 62 hectares cheia de túmulos de mármore branco.
O cemitério, situado no distrito de Fort Bonifacio, conta com um prédio circular em cujas paredes estão gravados os nomes de outros 36.236 soldados desaparecidos em combate nas batalhas que ocorreram na região sudoeste do Pacífico.
A seu redor estão mais de 17.200 túmulos, distribuídos com precisão milimétrica para formar circunferências perfeitas em um gramado imaculado que é cuidado por mais de 30 jardineiros.
"Recebemos cerca de 600 visitantes por dia, dos quais muitos são americanos, e alguns são parentes de soldados que foram enterrados aqui", explica orgulhosa a guia do Cemitério Americano, Hernie Leliz, que está há mais de duas décadas trabalhando no local.
No entanto, os mais de 17.200 soldados enterrados são apenas 39% dos militares cujos corpos puderam ser recuperados, já que os outros 61% foram repatriados a pedido dos familiares.
O Cemitério Americano é um dos poucos lugares em Manila que lembra o horror e a destruição vivida na capital das Filipinas durante a Segunda Guerra Mundial, que explodiu no país horas depois do famoso ataque sobre a base americana de Pearl Harbour por parte dos japoneses, em 7 de dezembro de 1941.
As Filipinas, que até então eram território dos EUA, foram ocupadas pelos japoneses e mantidas até 1945, com o brutal bombardeio de Manila.
Mais de 100 mil civis morreram na batalha conhecida como a libertação de Manila em uma combinação do bombardeio americano e as ações desesperadas dos soldados japoneses, que tinham recebido ordens de matar o maior número de filipinos possível.
Manila ficou arrasada, seis das sete catedrais da área histórica foram destruídas, e se transformou assim na segunda cidade aliada que maior destruição sofreu na Segunda Guerra Mundial, só atrás de Varsóvia.
Uma história que, segundo o ator e ativista cultural filipino Carlos Celdrán, ainda continua afetando os cidadãos do país.
"Embora represente que ganhamos a guerra, perdemos nossa história, nossa identidade e, basicamente, nosso passado", aponta Celdrán, que dedica parte de seu tempo a tentar reavivar a memória dos filipinos com tours pelo Intramuros, a área mais histórica de Manila.
"Depois da guerra, e como a cidade estava tão destruída, cheia de corpos e doenças, os americanos basicamente arrasaram com escavadeiras todo o Intramuros e o jogaram ao rio Pasig", explica Celdrán.
"Portanto, após 1945 e até a década de 80 - acrescenta o ativista -, Intramuros se transformou em um desses lugares aonde o povo vem simplesmente para jogar lixo, inclusive cadáveres".
Segundo Celdrán, os cidadãos de Manila estão "começando a perceber somente agora o que significa Intramuros para a história das Filipinas".
Além disso, a participação das Filipinas na Segunda Guerra Mundial em consequência de ser uma colônia americana "cria uma crise de identidade para os filipinos".
"Sabemos que a cultura americana é o que queremos ser, mas também somos conscientes do quanto foi prejudicial para nós estar sob essa força colonial".
"Nós gostamos deles, mas ao mesmo tempo os odiamos".