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Manifestantes invadem base militar de Israel após prisão de soldados acusados de abusar de palestino

Ministro da Defesa Yoav Gallant pediu punição a políticos que declararam apoio à invasão e disse que ação configura risco ao esforço de guerra do país

Manifestantes invadem base militar em protesto contra prisão de reservistas acusados de abusarem de prisioneiro palestino (Oren Ziv/AFP)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 30 de julho de 2024 às 14h55.

Manifestantes invadiram uma base militar e uma prisão gerida pelo Exército, na segunda-feira, após as autoridades anunciarem a prisão de nove militares suspeitos de abusarem de um prisioneiro palestino. O protesto, que recebeu apoio de integrantes da direita e extrema direita de Israel , foi duramente criticado pelo ministro da Defesa Yoav Gallant, que acusou integrantes do governo de minarem os esforços de guerra do país ao demonstrarem apoio aos manifestantes.

"Os eventos da noite passada constituem um golpe grave para a segurança nacional", disse Gallant em uma carta aberta ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em que exigiu uma ação a todos os que apoiaram publicamente os manifestantes. Netanyahu não respondeu imediatamente ao apelo do ministro.

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O Exército disse que os nove soldados, todos eles reservistas, foram detidos sob acusação ​​de "maus-tratos graves" a um detido palestino. Relatos da mídia israelense apontaram que os soldados teriam inclusive abusado sexualmente do prisioneiro — algo que os militares não confirmam e nem negam. Os fatos narrados teriam acontecido na prisão de Sde Teiman, no deserto israelense, para onde foram mandados prisioneiros envolvidos com o ataque de 7 de outubro e capturados durante a incursão em Gaza.

Em um país traumatizado com o ataque terrorista lançado pelo Hamas no ano passado, onde 1,2 mil pessoas morreram em uma única ofensiva, a maioria civis, a ideia de que militares israelenses também estejam sendo abusivos não é aceita com facilidade. Após a prisão dos soldados, integrantes das siglas de extrema direita — mas também do Likud, de Netanyahu — criticaram o comando do Exército pela detenção dos militares.

O ministro da Justiça, Yariv Levin, disse que ficou "chocado" ao ver as imagens dos soldados sendo presos e que era "impossível aceitar isso", enquanto integrantes do Likud acusaram as Forças Armadas de "apaziguar aqueles que nos odeiam".

O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, principal liderança da extrema direita, também condenou a detenção dos soldados, chamando-a de "nada menos que vergonhosa", exigindo que a cadeia de comando militar seguisse o "exemplo" do sistema prisional comandado por sua pasta, em que " o tratamento leniente de terroristas acabou".

— Os soldados precisam ter nosso total apoio — disse Ben-Gvir, em fala registrada pelo jornal israelense Haaretz.

Os protestos contra a prisão dos soldados aconteceram simultaneamente na segunda-feira, em dois locais: na prisão de Sde Teiman e na base de Beit Lid, quartel-general da Polícia Militar israelense e das cortes militares de Israel. Autoridades militares se disseram chocadas ao ver as pessoas desrespeitando a autoridade da Polícia do Exército e forçarem a entrada nas instalações. Figuras da oposição se apresentaram para condenar as ações.

— Todas as linhas vermelhas foram cruzadas hoje — disse Yair Lapid, o chefe centrista da oposição. — Este é um aviso ao Estado de Israel de que eles acabaram com a democracia, acabaram com o Estado de Direito. Eles são uma insurreição fascista perigosa que é um perigo existencial.

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