Nuri al-Maliki: "chamadas para formar um governo de salvação nacional são um golpe" (Mandel Ngan/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de junho de 2014 às 08h58.
Bagdá - O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, rejeitou nesta quarta-feira a formação de um governo de salvação nacional para tentar encontrar uma saída ao atual conflito, como pediram vários partidos políticos do país e parte da comunidade internacional.
"As chamadas para formar um governo de salvação nacional são um golpe contra a Constituição e uma tentativa de eliminar o processo democrático", denunciou Maliki em seu discurso semanal televisionado.
O responsável xiita acusou, além disso, as forças políticas "que se rebelaram contra a Constituição" de se unir às fileiras do jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) e de dar cobertura à insurgência sunita para que controle a província setentrional de Ninawa.
"No meio dos difíceis circunstâncias não escutamos os parceiros políticos falar de um respaldo ao governo", lamentou al-Maliki.
O primeiro-ministro advertiu que o país faz frente a "uma feroz ameaça terrorista", que conta com a ajuda e o respaldo de países vizinhos, que não foram identificados.
"Permaneceremos fiéis à vontade dos iraquianos fortalecendo o processo democrático e realizaremos a primeira sessão do parlamento", eleito em abril passado, acrescentou Maliki.
Vários partidos políticos iraquianos - sunitas e xiitas - pediram nos últimos dias à formação do um governo de união nacional que englobe as distintas partes e advogaram por diferenciar entre as reivindicações legítimas dos sunitas e as ações do EIIL.
Também solicitou um gabinete de unidade o secretário de Estado americano, John Kerry, que visitou Bagdá há dois dias.
"Quando os xiitas, os sunitas e os curdos participem de escolher ao governo, Iraque será mais forte e seguro", ressaltou então.
Muitas pedem que Maliki não volte a liderar um executivo, apesar de sua coalizão Estado de Direito ganhou as eleições parlamentares de abril passado, embora sem maioria suficiente.
Esta previsto que em 1 de julho o parlamento iraquiano eleja a seu presidente e posteriormente ao chefe do governo, uns prazos com os quais Maliki se comprometeu.