Exame Logo

Mali e Argélia alimentam temores de EUA sobre Al Qaeda

A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, advertiu que o que acontece no Mali e na Argélia representa um desafio estratégico para a comunidade internacional

Comboio rebelde anda pelo deserto do Mali em vídeo: Hillary denunciou os terroristas "que tentam arruinar a paz e a segurança dos povos da região" (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2013 às 13h05.

Washington - O conflito no Mali entre o governo e os islamitas e a tomada de reféns na Argélia alimentam os temores dos Estados Unidos diante de uma possível desestabilização no Norte da África, nas mãos da Al Qaeda do Magreb Islâmico (AQMI).

Washington sempre reconheceu que a AQMI ameaça menos diretamente seus interesses vitais que os da Europa, mas "o que acontece no Mali e na Argélia representa um desafio estratégico para os países do Norte da África, Estados Unidos e comunidade internacional", advertiu na quinta-feira a secretária americana de Estado, Hillary Clinton.

A funcionária denunciou "os terroristas que se designam sob o nome da Al Qaeda ou de qualquer outro, que tentam arruinar a paz e a segurança dos povos da região".

No Mali, em particular, que sofreu um golpe de Estado em março de 2012 e onde os islamitas ocupam o norte do país desde o fim de junho, a "instabilidade ofereceu aos terroristas uma base operacional e um refúgio (...) e nós faremos todo o possível para deter a AQMI", expressou Hillary.

A secretária de Estado assegurou à França, que intervém militarmente no país desde 11 de janeiro, o apoio dos Estados Unidos através de "informação e de transporte aéreo".

O chefe do Pentágono, Leon Panetta, afirmou nesta sexta-feira que "os que atacarem sem justificativa" os Estados Unidos e seu povo "não terão onde se esconder".

Para Panetta, independentemente das motivações dos sequestradores, não há nenhuma justificativa para o sequestro e o assassinato de gente inocente".


A ameaça levantada pela filial magrebina da Al-Qaeda, que Washington considerava até agora relativamente longínqua, mudou de dimensão após o ataque de 11 de setembro do ano passado contra seu consulado em Benghazi (leste da Líbia), no qual morreram quatro pessoas, incluindo o embaixador.

No fim de setembro na ONU, Hillary estabeleceu um vínculo indireto entre a AQMI no Mali e no Sahel e os militantes islamitas responsáveis pelo ataque armado em Benghazi. Os americanos pareceram então se dar conta do crescimento desta rede, reforçado pela tomada de reféns e dos arsenais de armas desviados após a queda do regime do ex-ditador líbio Muanmar Khadafi, em outubro de 2011.

Inclusive antes do início, na quinta-feira, da operação para tentar libertar os reféns em uma instalação de gás na Argélia, Hillary deu ordens de reforçar a segurança dos interesses públicos e privados dos Estados Unidos no Magreb e no Norte da África, anunciou a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.

"Isto não é apenas para a segurança dos funcionários dos Estados Unidos, a mensagem também é para os cidadãos americanos e para as companhias americanas", disse a porta-voz, acrescentando que todas as embaixadas e consulados (...) da região realizaram hoje (quinta-feira) a revisão" de suas medidas de segurança.

O vice-presidente da Câmara de Comércio dos Estados Unidos para o Oriente Médio e o Norte da África, Lionel Johnson, assegurou que as empresas americanas estarão atentas e ressaltou que os países da região encontram-se em um estado de agitação política, econômica e social após o movimento histórico da Primavera Árabe.

Johnson avaliou em "bilhões de dólares os investimentos das empresas americanas (...) estabelecidas há décadas em mercados que não estão preparados para deixar".

Veja também

Washington - O conflito no Mali entre o governo e os islamitas e a tomada de reféns na Argélia alimentam os temores dos Estados Unidos diante de uma possível desestabilização no Norte da África, nas mãos da Al Qaeda do Magreb Islâmico (AQMI).

Washington sempre reconheceu que a AQMI ameaça menos diretamente seus interesses vitais que os da Europa, mas "o que acontece no Mali e na Argélia representa um desafio estratégico para os países do Norte da África, Estados Unidos e comunidade internacional", advertiu na quinta-feira a secretária americana de Estado, Hillary Clinton.

A funcionária denunciou "os terroristas que se designam sob o nome da Al Qaeda ou de qualquer outro, que tentam arruinar a paz e a segurança dos povos da região".

No Mali, em particular, que sofreu um golpe de Estado em março de 2012 e onde os islamitas ocupam o norte do país desde o fim de junho, a "instabilidade ofereceu aos terroristas uma base operacional e um refúgio (...) e nós faremos todo o possível para deter a AQMI", expressou Hillary.

A secretária de Estado assegurou à França, que intervém militarmente no país desde 11 de janeiro, o apoio dos Estados Unidos através de "informação e de transporte aéreo".

O chefe do Pentágono, Leon Panetta, afirmou nesta sexta-feira que "os que atacarem sem justificativa" os Estados Unidos e seu povo "não terão onde se esconder".

Para Panetta, independentemente das motivações dos sequestradores, não há nenhuma justificativa para o sequestro e o assassinato de gente inocente".


A ameaça levantada pela filial magrebina da Al-Qaeda, que Washington considerava até agora relativamente longínqua, mudou de dimensão após o ataque de 11 de setembro do ano passado contra seu consulado em Benghazi (leste da Líbia), no qual morreram quatro pessoas, incluindo o embaixador.

No fim de setembro na ONU, Hillary estabeleceu um vínculo indireto entre a AQMI no Mali e no Sahel e os militantes islamitas responsáveis pelo ataque armado em Benghazi. Os americanos pareceram então se dar conta do crescimento desta rede, reforçado pela tomada de reféns e dos arsenais de armas desviados após a queda do regime do ex-ditador líbio Muanmar Khadafi, em outubro de 2011.

Inclusive antes do início, na quinta-feira, da operação para tentar libertar os reféns em uma instalação de gás na Argélia, Hillary deu ordens de reforçar a segurança dos interesses públicos e privados dos Estados Unidos no Magreb e no Norte da África, anunciou a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.

"Isto não é apenas para a segurança dos funcionários dos Estados Unidos, a mensagem também é para os cidadãos americanos e para as companhias americanas", disse a porta-voz, acrescentando que todas as embaixadas e consulados (...) da região realizaram hoje (quinta-feira) a revisão" de suas medidas de segurança.

O vice-presidente da Câmara de Comércio dos Estados Unidos para o Oriente Médio e o Norte da África, Lionel Johnson, assegurou que as empresas americanas estarão atentas e ressaltou que os países da região encontram-se em um estado de agitação política, econômica e social após o movimento histórico da Primavera Árabe.

Johnson avaliou em "bilhões de dólares os investimentos das empresas americanas (...) estabelecidas há décadas em mercados que não estão preparados para deixar".

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaAl QaedaArgéliaEstados Unidos (EUA)IslamismoMaliPaíses ricosTerrorismoTerroristas

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame