Malásia lança ofensiva contra rebeldes filipinos em Bornéu
O ataque ocorreu depois que 19 milicianos filipinos e oito policiais morreram no último fim de semana durante confrontos
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2013 às 08h59.
Manila - As forças de segurança da Malásia lançaram nesta terça-feira uma ofensiva contra rebeldes filipinos , seguidores do Sultão de Jolo, para despejá-los de uma remota região na Ilha de Bornéu, a qual tinha sua soberania reivindicada pelos insurgentes.
O ataque ocorreu depois que 19 milicianos filipinos e oito policiais morreram no último fim de semana durante confrontos travados no distrito de Lahad Datu, no estado de Sabah, e a poucos quilômetros do arquipélago filipino.
"O governo realizou essa ação para resguardar a dignidade e a soberania do país, como reivindica seu povo", declarou o primeiro-ministro malaio, Najib Razak, que pretende renovar seu mandato no Parlamento Federal nas próximas eleições.
Após o fracasso das negociações com os líderes dos rebeldes, as quais se estenderam por quase três semanas, Najib confirmou a realização da ofensiva, que contou com várias centenas de soldados do Exército e da Polícia apoiados por aviões e veículos blindados.
Segundo as autoridades malaias, a operação militar foi concluída com sucesso e sem mortos ou feridos em suas fileiras, embora não tenha revelado detalhes sobre as possíveis vítimas da milícia do Sultão de Jolo, Jamalul III.
Vários aviões caça F-18 da força aérea malásia bombardearam durante pouco mais de meia hora os rebeldes filipinos e, posteriormente, os soldados conquistaram o enclave, informou a agência oficial "Bernama".
"Ocorreu um confronto armado. Por enquanto, estamos assegurando a zona, mas não podemos confirmar o número de mortes ou feridos do lado dos rebeldes. O que posso afirmar é que não há baixas em nosso lado", apontou Ismail Omar, inspetor-geral da Polícia malásia.
Uns 180 militantes filipinos, muitos deles armados, e algumas mulheres e crianças desembarcaram em Lahad Datu no último dia 11 de fevereiro para reivindicar a soberania de Sabah para o antigo sultanato de Jolo.
O primeiro-ministro filipino, Benigno Aquino, tentou convencer Jamalul Kiram III para que ordenasse a saída de seus partidários e do grupo armado "Forças Reais de Segurança do Sultanato de Jolo e Bornéu Norte", o qual é comandado por um irmão do sultão, Mudah Agbimuddin Kira.
"Fizemos de tudo para evitar essa ação, mas, no final, o povo de Kiram seguiu seu caminho", declarou o porta-voz da Presidência filipina, Ricky Carandang, em entrevista coletiva.
Jamalul Kiram III enviou seus seguidores a esta região de Bornéu após entender que suas reivindicações sobre este território tinham ficado de fora do acordo de paz alcançado entre o governo filipino e a Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLI), a principal organização separatista das Filipinas, no último mês de outubro.
Os governos das Filipinas e da Malásia iniciaram uma investigação sobre o incidente ao considerar que o sultão de Jolo, que carece de poder político, recebeu ajuda financeira e militar para que seus seguidores pudessem desenvolver essa incursão.
O conflito também é um assunto sensível devido aos 800 mil filipinos que vivem, muitos deles de maneira irregular, em Sabah, situada a uma hora das ilhas filipinas Tawi Tawi, de onde os rebeldes partiram.
Esta província malásia é rica em recursos naturais, principalmente em azeite de dendê, e grande um destino turístico, já que conta com orangotangos, o parque natural Kinabalu (declarado Patrimônio da Humanidade em 2000) e o mergulho nas águas cristalinas de Sipadan.
O sultanato de Jolo, estabelecido no século XV, cedeu Sabah à Companhia Britânica de Bornéu Norte em 1878, um território que foi incorporado à Malásia em 1963, contra os desejos do então sultão e do governo filipino.
Desde então, as autoridades malaias pagam uma quantia simbólica aos descendentes do sultanato de Jolo, que chegou a abranger partes do sul das Filipinas, do nordeste de Bornéu e foi anexado em 1917 pelas Filipinas, então sob domínio dos Estados Unidos.
O sultão mantém seu título honorífico, embora Jolo tenha deixado de ser um sultanato para se dividir em várias províncias filipinas que hoje dia fazem parte da Região Autônoma do Mindanao Muçulmano.
Manila - As forças de segurança da Malásia lançaram nesta terça-feira uma ofensiva contra rebeldes filipinos , seguidores do Sultão de Jolo, para despejá-los de uma remota região na Ilha de Bornéu, a qual tinha sua soberania reivindicada pelos insurgentes.
O ataque ocorreu depois que 19 milicianos filipinos e oito policiais morreram no último fim de semana durante confrontos travados no distrito de Lahad Datu, no estado de Sabah, e a poucos quilômetros do arquipélago filipino.
"O governo realizou essa ação para resguardar a dignidade e a soberania do país, como reivindica seu povo", declarou o primeiro-ministro malaio, Najib Razak, que pretende renovar seu mandato no Parlamento Federal nas próximas eleições.
Após o fracasso das negociações com os líderes dos rebeldes, as quais se estenderam por quase três semanas, Najib confirmou a realização da ofensiva, que contou com várias centenas de soldados do Exército e da Polícia apoiados por aviões e veículos blindados.
Segundo as autoridades malaias, a operação militar foi concluída com sucesso e sem mortos ou feridos em suas fileiras, embora não tenha revelado detalhes sobre as possíveis vítimas da milícia do Sultão de Jolo, Jamalul III.
Vários aviões caça F-18 da força aérea malásia bombardearam durante pouco mais de meia hora os rebeldes filipinos e, posteriormente, os soldados conquistaram o enclave, informou a agência oficial "Bernama".
"Ocorreu um confronto armado. Por enquanto, estamos assegurando a zona, mas não podemos confirmar o número de mortes ou feridos do lado dos rebeldes. O que posso afirmar é que não há baixas em nosso lado", apontou Ismail Omar, inspetor-geral da Polícia malásia.
Uns 180 militantes filipinos, muitos deles armados, e algumas mulheres e crianças desembarcaram em Lahad Datu no último dia 11 de fevereiro para reivindicar a soberania de Sabah para o antigo sultanato de Jolo.
O primeiro-ministro filipino, Benigno Aquino, tentou convencer Jamalul Kiram III para que ordenasse a saída de seus partidários e do grupo armado "Forças Reais de Segurança do Sultanato de Jolo e Bornéu Norte", o qual é comandado por um irmão do sultão, Mudah Agbimuddin Kira.
"Fizemos de tudo para evitar essa ação, mas, no final, o povo de Kiram seguiu seu caminho", declarou o porta-voz da Presidência filipina, Ricky Carandang, em entrevista coletiva.
Jamalul Kiram III enviou seus seguidores a esta região de Bornéu após entender que suas reivindicações sobre este território tinham ficado de fora do acordo de paz alcançado entre o governo filipino e a Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLI), a principal organização separatista das Filipinas, no último mês de outubro.
Os governos das Filipinas e da Malásia iniciaram uma investigação sobre o incidente ao considerar que o sultão de Jolo, que carece de poder político, recebeu ajuda financeira e militar para que seus seguidores pudessem desenvolver essa incursão.
O conflito também é um assunto sensível devido aos 800 mil filipinos que vivem, muitos deles de maneira irregular, em Sabah, situada a uma hora das ilhas filipinas Tawi Tawi, de onde os rebeldes partiram.
Esta província malásia é rica em recursos naturais, principalmente em azeite de dendê, e grande um destino turístico, já que conta com orangotangos, o parque natural Kinabalu (declarado Patrimônio da Humanidade em 2000) e o mergulho nas águas cristalinas de Sipadan.
O sultanato de Jolo, estabelecido no século XV, cedeu Sabah à Companhia Britânica de Bornéu Norte em 1878, um território que foi incorporado à Malásia em 1963, contra os desejos do então sultão e do governo filipino.
Desde então, as autoridades malaias pagam uma quantia simbólica aos descendentes do sultanato de Jolo, que chegou a abranger partes do sul das Filipinas, do nordeste de Bornéu e foi anexado em 1917 pelas Filipinas, então sob domínio dos Estados Unidos.
O sultão mantém seu título honorífico, embora Jolo tenha deixado de ser um sultanato para se dividir em várias províncias filipinas que hoje dia fazem parte da Região Autônoma do Mindanao Muçulmano.