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Mais imigrantes podem estar morrendo no Saara do que no mar

Relatório afirma que os africanos que tentam chegar à Europa podem estar morrendo em maiores números no Saara do que os que se afogaram no mar Mediterrâneo

Deserto do Saara: relatos levam a crer que a travessia marítima pode ser menos arriscada do que a etapa prévia da odisseia pelo deserto (ARNALDO KLAJN)
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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2016 às 16h31.

Genebra - Os imigrantes africanos que tentam chegar à Europa podem estar morrendo em maiores números no deserto do Saara do que os milhares que se afogaram no mar Mediterrâneo, informou uma organização de monitoramento da imigração nesta sexta-feira.

Um relatório da 4mi, uma filiada do Conselho de Refugiados do Dinamarca, disse ter relatos de testemunhas que levam a crer que a travessia marítima --na qual muitos também foram resgatados por guardas costeiras europeias-- pode ser menos arriscada do que a etapa prévia da odisseia pelo deserto, onde muitas pessoas desaparecem sem deixar rastros.

"Imigrantes e refugiados do Chifre da África chegando à Líbia, ao Egito ou à Europa têm indicado de forma consistente que ainda mais pessoas podem morrer cruzando o deserto do Saara do que cruzando o Mediterrâneo, mas até o momento não temos disponibilidade de dados confiáveis sobre mortes de imigrantes em rotas terrestres", afirma o relatório.

As entrevistas com mais de 1.300 imigrantes entre 2014 e 2016 proporcionaram informações sobre cerca de 1.245 mortes de pessoas a caminho da Líbia, do Sudão e do Egito combinadas.

"O número relativamente pequeno de imigrantes entrevistados... dá a entender que a cifra de 1.245 é uma estimativa conservadora daqueles que de fato pereceram".

Embora esta quantia possa incluir redundâncias, "seria seguro supor que o número de imigrantes e refugiados morrendo antes de chegar às praias do Egito e da Líbia é ainda maior do que número de mortes no mar".

O levantamento provavelmente é a primeira tentativa de mensurar o tamanho de um saldo de mortes essencialmente ignorado de imigrantes no Sahara. A maioria foge da pobreza, da ausência da lei ou de guerras e parte em busca de empregos e segurança na Europa.

A Organização Internacional para a Migração (OIM), uma fonte de estatísticas sobre mortes de imigrantes citada com frequência, disse ter conhecimento de 103 imigrantes mortos ou desaparecidos no Saara e no norte da África em 2015, mas suspeitar que o total verdadeiro é muito superior.

As causas de mortes mais comuns relatadas entre os 1.245 óbitos foram doenças e falta de acesso a remédios, seguidas de inanição, acidentes em veículos, tiroteios e esfaqueamentos. Também houve 44 falecimentos atribuídos a abusos sexuais.

Neste ano, o influxo de refugiados com destino à Europa diminuiu dramaticamente devido aos fechamentos de fronteiras e a um acordo entre a União Europeia e a Turquia graças ao qual o fluxo de sírios e outros imigrantes partindo do território turco para a Grécia foi detido em grande parte.

São Paulo – A Letônia é o país que tem as piores condições para receber imigrantes , segundo o índice MIPEX, produzido em parceira entre o British Council e a organização europeia para políticas de imigração Migration Policy Group, revisado periodicamente. O ranking avaliou países europeus, o Canadá e os Estados Unidos. Recentemente, a pesquisa também incluiu o Japão (que ficou em 29º lugar do ranking) e a Austrália (que figurou em quinto lugar). Foram analisados 33 países no total e, por conta desta metodologia, nenhum país da América Latina apareceu no ranking. O estudo aplicou uma nota de até 100 para sete áreas principais: mobilidade no mercado de trabalho, possibilidade de reunir a família no país, educação, participação do imigrante na política, residência de longo prazo, acesso à nacionalidade e políticas contra discriminação. Nenhuma nação alcançou a nota máxima. Confira nas fotos ao lado e confira os piores países para ser imigrante segundo a classificação geral, além da nota em cada um dos critérios estudados.
  • 2. 33º) Letônia – 31 pontos

    2 /12(Wikimedia Commons)

  • Veja também

    Mobilidade no mercado de trabalho: 36
    Possibilidade de reunir a família: 46
    Residência de longo prazo: 59
    Políticas contra discriminação: 25
    Participação política: 18
    Acesso à nacionalidade: 15
    Educação: 17
  • 3. 32º) Chipre – 35 pontos

    3 /12(Getty Images)

  • Mobilidade no mercado de trabalho: 21
    Possibilidade de reunir a família: 39
    Residência de longo prazo: 37
    Políticas contra discriminação: 59
    Participação política: 25
    Acesso à nacionalidade: 32
    Educação: 33
  • 4. 31º) Eslováquia – 36 pontos

    4 /12(Wikimedia Commons)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 21
    Possibilidade de reunir a família: 53
    Residência de longo prazo: 50
    Políticas contra discriminação: 59
    Participação política: 21
    Acesso à nacionalidade: 27
    Educação: 24
  • 5. 30º) Malta – 37 pontos

    5 /12(Wikimedia Commons)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 43
    Possibilidade de reunir a família:
    48
    Residência de longo prazo:
    64
    Políticas contra discriminação:
    36
    Participação política:
    25
    Acesso à nacionalidade:
    26
    Educação:
    16
  • 6. 29º) Japão – 38 pontos

    6 /12(Kiyoshi Ota/Getty Images)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 62
    Possibilidade de reunir a família:
    51
    Residência de longo prazo:
    58
    Políticas contra discriminação:
    14
    Participação política:
    27
    Acesso à nacionalidade:
    33
    Educação:
    19
  • 7. 28º) Lituânia – 40 pontos

    7 /12(Wikimedia Commons)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 46
    Possibilidade de reunir a família:
    59
    Residência de longo prazo:
    57
    Políticas contra discriminação:
    55
    Participação política:
    25
    Acesso à nacionalidade:
    20
    Educação:
    17
  • 8. 27º) Bulgária – 41 pontos

    8 /12(Wikimedia Commons)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 40
    Possibilidade de reunir a família: 51
    Residência de longo prazo: 57
    Políticas contra discriminação: 80
    Participação política: 17
    Acesso à nacionalidade: 24
    Educação: 15
  • 9. 26º) Polônia – 42 pontos

    9 /12(Wikimedia Commons)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 48
    Possibilidade de reunir a família: 67
    Residência de longo prazo: 65
    Políticas contra discriminação: 36
    Participação política: 13
    Acesso à nacionalidade: 35
    Educação: 29
  • 10. 25º) Áustria – 42 pontos

    10 /12(Getty Images)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 56
    Possibilidade de reunir a família: 41
    Residência de longo prazo: 58
    Políticas contra discriminação: 40
    Participação política: 33
    Acesso à nacionalidade: 22
    Educação: 44
  • 11. 24º) Suíça – 43 pontos

    11 /12(Mike Hewitt/Getty Images)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 53
    Possibilidade de reunir a família: 40
    Residência de longo prazo: 41
    Políticas contra discriminação: 31
    Participação política: 59
    Acesso à nacionalidade: 36
    Educação: 45
  • 12. Agora veja a ponta contrária do ranking

    12 /12(Sean Gallup/Getty Images)

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