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Mais de 36.000 mortos no conflito da Síria

Das 36.000 vítimas fatais registradas desde o início da rebelião, em 15 de março de 2011, 25.667 eram civis, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH)

Rebelde sírio observa fumaça de um ônibus: Brahimi tenta convencer as autoridades chinesas a não vetar uma ação na Síria do Conselho de Segurança da ONU (©AFP / Javier Manzano)
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Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2012 às 13h53.

Damasco - A aviação da Síria bombardeou nesta quarta-feira os subúrbios orientais de Damasco, reduto dos rebeldes, em um confronto de quase 20 meses e que provocou mais de 36.000 mortes, em sua maioria civis.

Das 36.000 vítimas fatais registradas desde o início da rebelião, em 15 de março de 2011, 25.667 eram civis, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), que também considera civis os que pegaram em armas para combater as tropas do regime de Bashar al-Assad.

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O número de soldados mortos chega a 9.044 e o de desertores a 1.296, segundo a ONG com sede na Grã-Bretanha, que tem uma ampla rede de militantes e de fontes médicas em todo o país.

Ao mesmo tempo, o mediador internacional Lakhdar Brahimi afirmou em Pequim que espera "um papel ativo da China", aliado de Assad, para encontrar uma solução à crise.

A brutal repressão pelo regime da rebelião terminou por militarizar o conflito.

A aviação síria bombardeou nesta quarta-feira subúrbios ao leste de Damasco onde estavam entrincheirados grupos rebeldes, um dia depois do primeiro ataque aéreo contra um setor da capital, destacou o OSDH.

"Os aviões de guerra executaram cinco bombardeios contra áreas agrícolas próximas das cidades de Saqba e Duma", afirmou a ONG.


Os Comitês Locais de Coordenação (LCC), que reúnem militantes opositores, confirmaram os bombardeios contra Duma, que provocaram muitos danos.

Na terça-feira, segundo o OSDH, 30 civis, incluindo quatro mulheres e cinco crianças, assim como 13 rebeldes, morreram em bombardeios aéreos e em combates nos subúrbios da capital. Em todo o país morreram 182 pessoas, entre elas 95 civis.

Na província de Idleb (noroeste), soldados e rebeldes protagonizaram violentos combates depois que os insurgentes atacaram postos militares em Jisr al-Shughur.

Na mesma região, caças bombardearam Deir Sharqi, Maarshmisha e Maaret al-Numan, uma localidade estratégica entre Damasco a Aleppo.

Ao leste desta última cidade, os rebeldes e os combatentes jihadistas da Frente Al-Nusra tentavam tomar o controle da importante base militar de Wadi Daif.

Os combatentes desta Frente também atuam em Deir Ezzor (leste), onde o exército tenta recuperar bairros rebeldes. Outro reduto rebelde, a cidade de Mohasen, foi atacada.

Intensa atividade do emissário internacional


Depois de visitar Moscou, o emissário internacional da ONU foi recebido em Pequim pelo chanceler chinês Yang Jiechi, que elogiou os esforços de Brahimi para conter a violência na Síria.

Brahimi tenta convencer as autoridades chinesas a não vetar uma ação na Síria do Conselho de Segurança da ONU.

Moscou e Pequim vetaram três projetos de resolução ocidentais no Conselho de Segurança da ONU que condenavam a repressão exercida pelo regime sírio.

Ao mesmo tempo, a Rússia negocia com a Turquia para recuperar a carga confiscada por Ancara em um avião que viajava de Moscou a Damasco, mas não adotou até o momento nenhuma medida.

A Turquia interceptou em 10 de outubro um Airbus A-320 da Syrian Air, que voava sobre seu território, e o obrigou a fazer uma escala para controles de segurança.

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