Snowden: Dilma convocou uma conferência global para o fim de abril em São Paulo, com o objetivo de que o assunto seja debatido por chefes de Estado, empresários, acadêmicos e movimentos sociais (Getty images)
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2014 às 15h14.
Brasília - O movimento ativista global Avaaz formalizou nesta quinta-feira perante as autoridades do Brasil a solicitação de asilo para o ex-analista de inteligência da CIA Edward Snowden, através de um grande documento assinado por 1,1 milhão de pessoas de 200 países.
Porta-vozes do Avaaz reiteraram que se trata do 'a maior mensagem de apoio cidadã na história', que foi entregue ao Ministério das Relações Exteriores 'em nome de Edward Snowden' e com o respaldo de cidadãos 'políticos e celebridades'.
Entre os que assinaram está o cineasta, produtor e roteirista Fernando Meirelles, que em comunicado divulgado pelo Avaaz afirmou que 'a história de Snowden é como um argumento de um filme, com a luta de um indivíduo contra o governo mais poderoso do mundo'.
Segundo Meirelles, o Brasil 'pode dar um final feliz para essa história real', se oferecer abrigo para Snowden.
No mesmo comunicado, o diretor-executivo do Avaaz, Ricken Patel, declarou que a presidente Dilma Rousseff deverá decidir se o destino de Snowden será marcado pelas 'pressões' dos Estados Unidos ou 'do povo' que solicita que seja amparado no Brasil.
Desde o meio do ano passado, Snowden está exilado na Rússia. O prazo termina, em princípio, em agosto.
Antes de ser amparado pela Rússia, ele solicitou ser recebido em vários países, entre eles o Brasil, que então informou que 'não tinha intenção de responder', o que, em termos diplomáticos, foi interpretado como recusa.
Em dezembro do ano passado, Snowden divulgou uma carta na qual fez vários elogios ao Brasil e sua 'tradição de asilo', e considerou que o país representa 'uma dos mais interessantes e vibrantes democracias do mundo'.
A carta foi considerada por alguns setores como um novo pedido de asilo, mas a própria Dilma recusou essa interpretações.
'Eu não acho que o governo brasileiro tenha de se manifestar sobre um indivíduo que não deixa claro e não se dirigiu a nós', afirmou Dilma.
Dilma convocou uma conferência global para o fim de abril em São Paulo, com o objetivo de que o assunto seja debatido por chefes de Estado, empresários, acadêmicos e movimentos sociais.