Maioria das crianças que chegaram à Itália estava sozinha
No relatório, a UNICEF afirma que mais de sete mil crianças desacompanhadas fizeram a travessia do norte da África para a Itália este ano
Da Redação
Publicado em 14 de junho de 2016 às 11h42.
Mais de 90% das crianças refugiadas que chegaram à Europa nos cinco primeiros meses deste ano, pela Itália , estavam desacompanhadas.
Os dados são da Unicef, a agência das Nações Unidas para os direitos das crianças, que lançou hoje (14) um alerta para os riscos de abuso, exploração e morte a que estes jovens estão expostos, além dos perigos próprios das travessias, como desidratação e afogamento.
No relatório, intitulado Perigo a Cada Passo do Caminho, a UNICEF afirma que mais de sete mil crianças desacompanhadas fizeram a travessia do norte da África para a Itália de 1º de janeiro a 5 de junho deste ano, o dobro do ano passado.
Apenas em 2016, foram registradas 2.809 mortes no Mediterrâneo. Em 2015, ao todo 3.770 mortes foram contabilizadas. De acordo com a Unicef, a maioria das mortes ocorreu na rota do Mediterrâneo Central, e muitas são de crianças.
Para muitos desses refugiados e migrantes, o afogamento é apenas um dos inúmeros riscos que enfrentam ao longo da viagem, que pode se estender por milhares de quilômetros sobre montanhas, desertos, e através regiões devastadas pela violência.
Sofrem risco de desidratação, sequestro, roubo, estupro e extorsão, bem como detenção e espancamentos por parte de autoridades ou milícias.
“As crianças não acompanhadas geralmente dependem dos traficantes de seres humanos, muitas vezes num sistema de "pagamento adiantado por etapas", o que as torna muito vulneráveis à exploração”, afirma o relatório.
Em um depoimento apresentado pela Unicef, um garoto de 16 anos conta que ele e o irmão gêmeo trabalharam durante dois meses na Líbia para pagar os traficantes que os levariam até a Itália.
“Se você tenta fugir, eles atiram. Se para de trabalhar, te batem. Era como no tempo do comércio dos escravos”, afirmou o jovem chamado Aimamo.
A Unicef alerta ainda para a vulnerabilidade destas crianças aos abusos sexuais e à prostituição.
“Devido à natureza ilícita do tráfico de seres humanos, não há dados confiáveis sobre o número de refugiados e migrantes que morrem, ou desaparecem porque são levados para trabalhos forçados ou para a prostituição, ou ficam em detenção”, diz o texto.
Há muitas crianças que são mantidas atrás das grades, em centros de detenção ou sob custódia da polícia, por falta de espaço nos centros de proteção.
Há ainda o fato de os procedimentos de asilo serem complexos e lentos, levando às vezes até dois anos para serem concluídos.
E, para as crianças que finalmente alcançam o seu destino, apresenta-se uma nova jornada, seja de adaptação e integração ao novo país, seja de uma repatriação - quando os pedidos são rejeitados.
“Refugiados e migrantes são muitas vezes alojados em ginásios esportivos, antigos quartéis militares ou outros abrigos temporários. Crianças nestes centros nem sempre têm acesso à escola, apoio psicossocial adequado ou atividades recreativas regulares. Numerosas pessoas abrem seus corações – e às vezes suas casas - mas os recém-chegados também têm de lidar com ataques xenófobos, discursos de ódio e estigmatização”, alerta o documento.
Apenas este ano, na Alemanha, foram relatados 45 incêndios contra abrigos de refugiados.
O comunicado lembra ainda que, todos os países, sejam os de partida, os que as crianças atravessam, ou os que elas pedem asilo, têm a obrigação de criar políticas de proteção para elas de acordo com a Convenção dos Direitos da Criança.
Mais de 90% das crianças refugiadas que chegaram à Europa nos cinco primeiros meses deste ano, pela Itália , estavam desacompanhadas.
Os dados são da Unicef, a agência das Nações Unidas para os direitos das crianças, que lançou hoje (14) um alerta para os riscos de abuso, exploração e morte a que estes jovens estão expostos, além dos perigos próprios das travessias, como desidratação e afogamento.
No relatório, intitulado Perigo a Cada Passo do Caminho, a UNICEF afirma que mais de sete mil crianças desacompanhadas fizeram a travessia do norte da África para a Itália de 1º de janeiro a 5 de junho deste ano, o dobro do ano passado.
Apenas em 2016, foram registradas 2.809 mortes no Mediterrâneo. Em 2015, ao todo 3.770 mortes foram contabilizadas. De acordo com a Unicef, a maioria das mortes ocorreu na rota do Mediterrâneo Central, e muitas são de crianças.
Para muitos desses refugiados e migrantes, o afogamento é apenas um dos inúmeros riscos que enfrentam ao longo da viagem, que pode se estender por milhares de quilômetros sobre montanhas, desertos, e através regiões devastadas pela violência.
Sofrem risco de desidratação, sequestro, roubo, estupro e extorsão, bem como detenção e espancamentos por parte de autoridades ou milícias.
“As crianças não acompanhadas geralmente dependem dos traficantes de seres humanos, muitas vezes num sistema de "pagamento adiantado por etapas", o que as torna muito vulneráveis à exploração”, afirma o relatório.
Em um depoimento apresentado pela Unicef, um garoto de 16 anos conta que ele e o irmão gêmeo trabalharam durante dois meses na Líbia para pagar os traficantes que os levariam até a Itália.
“Se você tenta fugir, eles atiram. Se para de trabalhar, te batem. Era como no tempo do comércio dos escravos”, afirmou o jovem chamado Aimamo.
A Unicef alerta ainda para a vulnerabilidade destas crianças aos abusos sexuais e à prostituição.
“Devido à natureza ilícita do tráfico de seres humanos, não há dados confiáveis sobre o número de refugiados e migrantes que morrem, ou desaparecem porque são levados para trabalhos forçados ou para a prostituição, ou ficam em detenção”, diz o texto.
Há muitas crianças que são mantidas atrás das grades, em centros de detenção ou sob custódia da polícia, por falta de espaço nos centros de proteção.
Há ainda o fato de os procedimentos de asilo serem complexos e lentos, levando às vezes até dois anos para serem concluídos.
E, para as crianças que finalmente alcançam o seu destino, apresenta-se uma nova jornada, seja de adaptação e integração ao novo país, seja de uma repatriação - quando os pedidos são rejeitados.
“Refugiados e migrantes são muitas vezes alojados em ginásios esportivos, antigos quartéis militares ou outros abrigos temporários. Crianças nestes centros nem sempre têm acesso à escola, apoio psicossocial adequado ou atividades recreativas regulares. Numerosas pessoas abrem seus corações – e às vezes suas casas - mas os recém-chegados também têm de lidar com ataques xenófobos, discursos de ódio e estigmatização”, alerta o documento.
Apenas este ano, na Alemanha, foram relatados 45 incêndios contra abrigos de refugiados.
O comunicado lembra ainda que, todos os países, sejam os de partida, os que as crianças atravessam, ou os que elas pedem asilo, têm a obrigação de criar políticas de proteção para elas de acordo com a Convenção dos Direitos da Criança.