Nicolás Maduro: o presidente pediu a renúncia do gabinete dois dias após perder as eleições parlamentares de 6 de dezembro (REUTERS/Jorge Dan Lopez)
Da Redação
Publicado em 7 de janeiro de 2016 às 13h25.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, nomeou nesta quarta-feira um novo gabinete, visando enfrentar a crise econômica e a nova situação política com um Parlamento dominado pela oposição.
"Decidi formar esta equipe hoje para adotar uma nova dinâmica de trabalho com o povo e para enfrentar a grave situação econômica" do país, anunciou Maduro em mensagem à Nação.
O presidente pediu a renúncia do gabinete dois dias após perder as eleições parlamentares de 6 de dezembro.
Maduro nomeou o economista e sociólogo Luis Salas como ministro da Economia Produtiva e vice-presidente da Área Econômica, e ratificou no estratégico ministério do Petróleo o presidente da estatal petroleira PDVSA, Eulogio del Pino.
Salas é um defensor da tese da "guerra econômica" da direita que Maduro utiliza para justificar a inflação e o desabastecimento na Venezuela.
Rodolfo Medina foi nomeado ministro dos Bancos Públicos e Finanças, e o ministério da Alimentação, pasta-chave diante do desabastecimento, estará agora com Rodol Marco Torres, um general que até então era ministro das Finanças.
Para a pasta do Comércio Exterior e Investimento Internacional Maduro escolheu o derrotado candidato a deputado Jesús Faría, representante da ala dura do chavismo e que defende um maior controle sobre a economia.
O novo ministro do Comércio será o empresário Miguel Pérez Abad, conhecido dirigente patronal ligado ao chavismo; enquanto a Agricultura será entregue a Wilmar Castro Soteldo, militar da reserva e até então governador do estado de Portuguesa.
A Venezuela, com a maior reserva de petróleo do planeta, sofre com a queda dos preços do produto e registrou em 2015 um déficit fiscal de 20% do PIB, inflação de 200%, severa escassez de alimentos e uma contração econômica de 6%, segundo institutos privados.
Segundo o presidente, o novo gabinete visa a enfrentar o que chamou de "nova etapa da revolução", diante de um "Parlamento burguês" dominado pela oposição e da "grave situação econômica".