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Maduro prenderá quem aceitar propinas da Odebrecht na Venezuela

Maduro anunciou que iniciará a "Missão Justiça Socialista", um programa governamental para combater a corrupção e a criminalidade.

Nicolás Maduro: "Os corruptos que fogem desse país vão para os 'United States' e declaram perseguidos políticos" (Marco Bello/Reuters)
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AFP

Publicado em 12 de fevereiro de 2017 às 18h03.

O presidente da Venezuela , Nicolás Maduro, pediu neste domingo ao Ministério Público e ao Poder Judicial que prenda as pessoas que receberam propinas da construtora Odebrecht na Venezuela.

"Dou todo meu apoio ao Ministério Público e ao Poder Judicial para que façam justiça o caso da Odebrecht e mandem para a prisão as pessoas que receberem subornos", afirmou o presidente em um evento por ocasião do Dia da Juventude na Venezuela.

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Maduro anunciou, além disso, que na próxima quarta-feira iniciará a "Missão Justiça Socialista", um programa governamental para combater a corrupção e a criminalidade.

"Os corruptos que fogem desse país vão para os 'United States' e declaram perseguidos políticos. E começam a colaborar com as agências dos Estados Unidos, por isso não se pode deixar escapar um único corrupto", acrescontou. Maduro reiterou que seu governo terminará todas as obras da construtora brasileira.

"Não quero mais atrasos, tenho os recursos para retomar de maneira acelerada todas as obras", enfatizou.

A Promotoria confirmou em 26 de janeiro que pediu informações sobre o caso ao Ministério Público brasileiro e solicitou uma ordem de prisão internacional contra uma pessoa não identificada e supostamente vinculada ao escândalo.

Por sua parte, o Parlamento venezuelano - de maiora opositora - aprovou na semana passada a investigação do caso.

A Comissão de Controladoria intimou para esta semana os representantes legais da empresa na Venezuela.

De acordo com a declaração do ex-presidente da construtora, Marcelo Odebrecht, atualmente preso, a Venezuela é o segundo país da América Latina em que sua empresa mais pagou propinas (98 milhões de dólares), ficando atrás apenas do Brasil.

Jornalistas da Record

No sábado, o Serviço de Inteligência venezuelano no estado Zulia, no norte do país, deteve por dez horas os jornalistas Leandro Stoliar e Gilzon Souza, da Rede Record, que investigavam as denúncias de suborno, segundo denunciou a ONG Transparência Venezuela.

"A comissão do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) os deteve e os acompanhou até sua sede em Maracaibo para ter uma entrevista. Ao chegar, tiraram seus telefones celulares. A Transparência Venezuela exige sua libertação", declarou a ONG em um comunicado.

Horas depois, o Sebin libertou os repórteres, mas advertiram que a dupla deve deixar o país neste domingo, confirmou à AFPMercedes De Freitas, diretora da ONG.

A organização relatou que os repórteres coletavam "informações na obra da Odebrecht: segunda ponte sobre o Lago de Maracaibo, no estado Zulia". Também foram detidos os ativistas José Urbina e María Jose Túa, que os acompanhavam.

Em nota, o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa também lamentou a detenção dos jornalistas e exigiu sua soltura.

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