Nicolás Maduro: "Nestes dias vimos como (a imprensa) tentou deturpar um evento que simplesmente foi levado adiante com a autorização do presidente ", afirmou o vice (REUTERS/Miraflores Palace)
Da Redação
Publicado em 4 de janeiro de 2013 às 06h18.
Caracas - O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou na quinta-feira em Caracas que seu país manteve no fim de 2012 contatos com o governo dos Estados Unidos, autorizados pelo presidente Hugo Chávez, e atacou a direita venezuelana e internacional por manipular a informação a respeito.
"Nestes dias vimos como (a imprensa) tentou deturpar um evento que simplesmente foi levado adiante com a autorização do presidente da República nos últimos dias de novembro, no início de dezembro, e que tem a ver com a relação com o governo dos Estados Unidos", disse Maduro durante a visita a uma fábrica de café em Caracas, pouco depois de retornar de Cuba, onde visitou Chávez, operado há três semanas de um câncer.
O vice-presidente estava acompanhado do presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello.
Washington também confirmou na quinta-feira contatos com o governismo e a oposição da Venezuela, mas negou que o governo de Barack Obama esteja envolvido em uma possível transição diante do delicado estado de saúde de Chávez.
"Obviamente falamos com venezuelanos de todo o quadro político, como fazemos com todos os países no mundo", manifestou a porta-voz do departamento de Estado Victoria Nuland, que reconheceu no turno de perguntas que existem contatos políticos com autoridades governamentais de Caracas.
Venezuela e Estados Unidos mantêm uma relação diplomática conturbada e carecem desde 2010 de seus respectivos embaixadores, embora Caracas venda quase um milhão de barris diários de petróleo a Washington.
O vice-presidente venezuelano também atacou vários meios de comunicação internacionais, como o jornal espanhol ABC ou a colombiana rádio Caracol, por divulgarem informações manipuladas com a intenção de organizar "campanhas para tentar criar incertezas".
O jornal ABC informou na quinta-feira que Maduro estava negociando com a agência antidrogas americana DEA seu retorno à Venezuela para encurralar Cabello diante de uma possível disputa pela liderança do país se Chávez não puder continuar governando devido ao seu estado de saúde.
O ex-juiz Eladio Aponte, destituído pela Suprema Corte de Justiça da Venezuela por vínculos com o narcotráfico e que agora colabora com a DEA, acusou em abril de 2012 Cabello, junto com outros funcionários de alto escalão, por tráfico de drogas.